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sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Ângelus: XXIV Domingo do Tempo Comum - Ano C

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 15 de setembro de 2019

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje (Lc 15,1-32) começa com alguns que criticam Jesus, vendo-o na companhia de publicanos e pecadores, e dizem com desdém: «Ele acolhe os pecadores e come com eles» (v. 2). Na realidade esta frase revela-se um anúncio maravilhoso. Jesus acolhe os pecadores e come com eles. É o que nos acontece, em cada Missa, em cada igreja: Jesus está feliz por nos acolher na sua mesa, onde se oferece por nós. Esta é a frase que poderíamos escrever nas portas das nossas igrejas: «Aqui Jesus acolhe os pecadores e convida-os para a sua mesa». E o Senhor, respondendo aos que o criticavam, conta três parábolas, três parábolas maravilhosas, que mostram a sua predileção por aqueles que se sentem distantes dele. Hoje seria bom que cada um de vós pegasse no Evangelho, o Evangelho de Lucas, capítulo 15, e lesse as três parábolas. São maravilhosas.

Na primeira parábola ele diz: «Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até a encontrar?» (v. 4) Qual de entre vós? Uma pessoa de bom senso não o faz: faz dois cálculos e sacrifica uma para manter as noventa e nove. Deus, ao contrário, não se resigna, Ele preocupa-se por ti, precisamente por ti que ainda não conheces a beleza do seu amor, por ti, que ainda não aceitaste Jesus no centro da tua vida, tu que não podes vencer o teu pecado, por ti que talvez ainda não acreditas no amor por causa das coisas más que aconteceram na tua vida. Na segunda parábola, tu és aquela pequena moeda que o Senhor não se resigna a perder e procura incansavelmente: Ele quer dizer-te que és precioso aos seus olhos, que és único. Ninguém te pode substituir no coração de Deus. Tu tens um lugar, és tu, e ninguém te pode substituir; e eu também, ninguém me pode substituir no coração de Deus. E na terceira parábola Deus é o pai que espera o regresso do filho pródigo: Deus espera sempre por nós, não se cansa, não desanima. Porque somos nós, cada um de nós, o filho abraçado de novo, a moeda reencontrada, aquela ovelha que acariciamos e colocada aos ombros. Ele espera todos os dias que nos apercebamos do seu amor. Tu dizes: «Mas eu comportei-me mal, tive muitos comportamentos maus!». Não tenhas medo: Deus ama-te, Ele ama-te tal como és e sabe que só o Seu amor pode mudar a tua vida.

Mas este amor infinito de Deus por nós, pecadores, que é o coração do Evangelho, pode ser rejeitado. É o que faz o filho mais velho da parábola. Ele não entende o amor naquele momento e tem em mente mais um dono do que um pai. É um risco para nós também: acreditar num deus mais rigoroso do que misericordioso, um deus que derrota o mal com o poder e não com o perdão. Não é assim, Deus salva com o amor, não com a força; propondo-se e não impondo-se. Mas o filho mais velho, que não aceita a misericórdia do seu pai, fecha-se, comete um erro pior: ele presume que é justo, presume que é atraiçoado e julga tudo com base no seu conceito de justiça. Então ele zanga-se com o irmão e reprova o pai: «Mataste o bezerro gordo agora que este teu filho voltou» (v. 30). Este teu filho, não o chama meu irmão, mas o teu filho. Ele sente-se como um filho único. Também nós erramos quando achamos que temos razão, quando achamos que os maus são os outros. Não nos consideremos bons, porque sozinhos, sem a ajuda de Deus que é bom, não sabemos como vencer o mal. Hoje não vos esqueçais, peguem no Evangelho e lede as três parábolas de Lucas, capítulo 15. Vai fazer-vos bem, será saudável para vós.

Como se derrota o mal? Aceitando o perdão de Deus e o perdão dos irmãos. Acontece todas as vezes que nos confessamos: lá recebemos o amor do Pai que vence o nosso pecado: ele desaparece, Deus esquece-se dele. Deus, quando perdoa, perde a memória, esquece os nossos pecados, esquece. Deus é tão bom conosco! Não como nós, que depois de dizer «não importa», na primeira oportunidade nos lembramos com os juros dos males sofridos. Não, Deus cancela o mal, renova-nos e assim faz renascer em nós a alegria, não a tristeza, não as trevas no coração, não a suspeita, mas a alegria.

Irmãos e irmãs, coragem, com Deus nenhum pecado tem a última palavra. A Virgem Maria, que desata os nós da vida, nos liberte da pretensão de nos crermos justos e nos faça sentir a necessidade de procurar o Senhor, que está sempre à nossa espera para nos abraçar, para nos perdoar.


Fonte: Santa Sé.

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