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sexta-feira, 3 de maio de 2019

Regina Coeli: II Domingo da Páscoa - Ano C

Papa Francisco
Regina Coeli
II Domingo da Páscoa, 28 de abril de 2019

Caros irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje (Jo 20,19-31) narra que no dia da Páscoa Jesus aparece aos seus discípulos no Cenáculo, à tarde, portando três dons: a paz, a alegria, a missão apostólica.

A primeira palavra que Ele diz é: «A paz esteja convosco» (v. 21). O Ressuscitado carrega a autêntica paz, porque mediante o seu sacrifício sobre a cruz realizou a reconciliação entre Deus e a humanidade, vencendo o pecado e a morte. Isto é a paz. Os seus discípulos eram os primeiros que tinham necessidade desta paz, porque, depois da prisão e da condenação à morte do Mestre, estavam desorientados e com medo. Jesus se apresenta vivo no meio deles e, mostrando suas chagas - Jesus desejou conservar as suas chagas -, no corpo glorioso, dá a paz como fruto da sua vitória. Mas naquela tarde não estava presente o Apóstolo Tomé. Informado deste extraordinário acontecimento, ele, incrédulo diante do testemunho dos outros Apóstolos, pretende verificar pessoalmente a verdade de quanto eles afirmavam. Oito dias depois, isto é, exatamente hoje, se repete a aparição: Jesus vem ao encontro da incredulidade de Tomé, convidando-o a tocar as suas chagas. Isso constitui a fonte da paz, porque são o sinal do amor imenso de Jesus que derrotou as forças hostis ao homem, o pecado e a morte. O convida a tocar as chagas. É um ensinamento para nós, como se Jesus dissesse a todos nós: “Se você não está em paz, toca as minhas chagas”.

Tocas as chagas de Jesus, que são os tantos problemas, dificuldades, perseguições, doenças de tantas pessoas que sofrem. Você não está em paz? Vá, vá visitar alguém que é o símbolo das chagas de Jesus. Toca as chagas de Jesus. Daquelas chagas brota a misericórdia. Por isto hoje é o Domingo da Misericórdia. Um santo dizia que o corpo de Jesus crucificado é como um mar de misericórdia, que através das chagas chega a todos nós. Todos nós temos necessidade da misericórdia, o sabemos. Aproximemo-nos de Jesus e toquemos as suas chagas nos nossos irmãos que sofrem. As chagas de Jesus são um tesouro: delas vem a misericórdia. Sejamos corajosos e toquemos as chagas de Jesus. Com estas chagas Ele está diante do Pai, as mostra ao Pai, como se dissesse: “Pai, este é o preço, estas chagas são aquelas que eu paguei pelos meus irmãos”. Com as suas chagas Jesus intercede diante do Pai. Dá a misericórdia a nós se nos aproximamos e intercede por nós. Não esquecer as chagas de Jesus.

O segundo dom que Jesus Ressuscitado porta aos discípulos é a alegria. O Evangelista refere que «os discípulos alegraram-se por verem o Senhor» (v. 20). E há também um versículo, na versão de Lucas, que diz que não podiam crer de tanta alegria. Também a nós, quando talvez acontece qualquer coisa de incrível, de belo, nos vem a dizer: “Não posso acreditar, isso não é verdade!” Assim eram os discípulos, não podiam acreditar por causa da alegria. Esta é a alegria que nos traz Jesus. Se você está triste, se você não está em paz, olha Jesus crucificado, olha Jesus ressuscitado, olha as suas chagas e experimente aquela alegria.

E depois, além da paz e da alegria, Jesus porta como dom aos discípulos também a missão. Diz Ele: «Como o Pai me enviou, também eu vos envio» (v. 21). A ressurreição de Jesus é o início de um dinamismo novo de amor, capaz de transformar o mundo com a presença do Espírito Santo.

Neste II Domingo da Páscoa, somos convidados a nos aproximar com fé a Cristo, abrindo o nosso coração à paz, à alegria e à missão. Mas não esqueçamos as chagas de Jesus, porque delas brotam a paz, a alegria e a força para a missão. Confiemos esta oração à materna intercessão da Virgem Maria, rainha do céu e da terra.


Tradução livre do original italiano.

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