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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Em que momento cantar o hino da Campanha da Fraternidade?

Estamos nos aproximando do Tempo da Quaresma, que tem início com a Quarta-feira de Cinzas. Desde o ano de 1964, acontece no Brasil neste período a chamada “Campanha da Fraternidade” (CF), promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Cartaz da Campanha da Fraternidade 2024

A Campanha da Fraternidade não toca diretamente a Liturgia, sendo uma proposta para a Pastoral e para a Catequese. Nesta Campanha reflete-se sobre algum tema que afeta a sociedade, geralmente à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja.

Para cada Campanha é composto um hino, inspirado no tema a ser refletido, que muitas vezes é entoado nas celebrações litúrgicas. Diante disso, surge a pergunta: em que momento da Missa (ou da Celebração da Palavra) se deve cantar o hino da Campanha da Fraternidade?

Primeiramente não se “deve” cantar e sim se “pode” cantar. Como afirmamos acima, a CF não tem relação direta com a Liturgia, portanto seu hino não é obrigatório nas celebrações. A prioridade será sempre dos cantos litúrgicos próprios do Tempo Quaresmal, sobretudo aqueles que refletem os textos bíblicos proclamados.

A própria CNBB nos indica em que momentos da celebração este hino pode ser cantado em seu Guia Litúrgico Pastoral (p. 106):

“O hino da Campanha da Fraternidade de cada ano explicita o compromisso dos fiéis na vivência concreta da Quaresma. Ele pode ser entoado em algum momento da homilia - o que facilitaria a vinculação da Liturgia da Palavra com o ‘chão’ da vida (tema da CF) - ou nos ritos finais, no momento do ‘envio’” [1].


Com esta afirmação, feita pela própria CNBB, fica claro que o hino da Campanha da Fraternidade não é um canto litúrgico, pois é proposto para dois momentos em que não há canto litúrgico previsto: a homilia e a procissão de saída.

Mas então o hino da Campanha não pode ser entoado como canto de entrada?

Não. O hino da Campanha não pode ser entoado como canto de entrada. Vejamos na Introdução Geral do Missal Romano (n. 47) as características deste canto:

“A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembleia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros” [2].

O canto de entrada deve ser, pois, adequado à índole do tempo litúrgico. Ora, o tempo litúrgico é a Quaresma, e não a “Campanha da Fraternidade”. Assim, o canto de entrada deve estar em sintonia com a espiritualidade quaresmal. Há muitos cantos excelentes para este tempo, muitos deles profundamente inspirados na Palavra de Deus.

Resumindo: hino da Campanha da Fraternidade nas celebrações litúrgicas apenas dentro da homilia ou como canto final. Ou poderia simplesmente nem aparecer...


Notas:
[1] CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Guia Litúrgico-Pastoral. 3ª edição. Brasília: Edições CNBB, 2017, p. 106.
[2] INSTRUÇÃO GERAL SOBRE O MISSAL ROMANO. Tradução brasileira da 3ª edição típica com comentários de José Aldazábal. São Paulo: Paulinas, 2007, pp. 69-70.

8 comentários:

  1. Olá meu irmão André, quanto tempo não te vejo na Catedral! Muito obrigado por partilhar esse conhecimento conosco

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  2. A Cf está se tornando desprezível devido a conotação política que está existindo em nossa igreja. A Cnbb é tida como de esquerda. Acabemos com isto meus irmãos. Vivamos somente a espiritualidade baseada em Jesus Cristo. Cuidemos de nosso espírito. A carne voltará ao pó. Paz e bem. ARI PONTES

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    1. Infelizmente percebo isso também. Pra quê tanta divisão? O que nos resta é orar pra que entendam que Jesus é Luz e não trevas.

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  3. Boa tarde! Sou animadora de canto nas missas. Penso que deveria sim casar o canto da campanha, com a liturgia. Não vejo o porquê, separa -lo da litrugia, se as letras são inspiradas na palavra de Deus e relacionadas a situação presente e mais carente no mundo.

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    1. A própria CNBB nos indica em seu Guia Litúrgico Pastoral (p. 106) que o lugar do hino da Campanha da Fraternidade é na homilia ou como "canto final".

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