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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Ângelus do Papa: Solenidade da Epifania do Senhor 2019

Solenidade da Epifania do Senhor
Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 06 de janeiro de 2019

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, Solenidade da Epifania do Senhor, é a festa da manifestação de Jesus, simbolizada pela luz. Nos textos proféticos, esta luz é promessa: promete-se a luz! Com efeito, Isaías dirige-se a Jerusalém com estas palavras: «Levanta-te, sê radiosa, eis que vem a tua luz! A glória do Senhor resplandece sobre ti» (Is 60,1). O convite do profeta - a levantar-se, porque vem a luz - parece surpreendente, porque se insere imediatamente depois do difícil exílio e das numerosas vexações que o povo tinha experimentado.

Hoje este convite ressoa também para nós que celebramos o Natal de Jesus e encoraja-nos a deixar-nos alcançar pela luz de Belém! Também nós somos convidados a não limitar-nos aos sinais exteriores do acontecimento, mas a recomeçar a partir dele e a percorrer em novidade de vida o nosso caminho de homens e de crentes.

A luz que o profeta Isaías tinha prenunciado está presente e encontra-se no Evangelho. E Jesus, nascendo em Belém, cidade de Davi, veio para trazer a salvação aos próximos e distantes: a todos! O evangelista Mateus mostra vários modos como podemos encontrar Cristo e corresponder à sua presença. Por exemplo, Herodes e os escribas de Jerusalém têm um coração duro, que se obstina e rejeita a vinda daquele Menino. É uma possibilidade: fechar-se à luz. Eles representam quantos, inclusive nos nossos dias, têm medo da vinda de Jesus e fecham o coração aos irmãos e às irmãs que precisam de ajuda. Herodes receia perder o poder e não pensa no verdadeiro bem do povo, mas na própria vantagem pessoal. Os escribas e os chefes do povo têm medo porque não sabem olhar além das próprias certezas, e assim não conseguem compreender a novidade ínsita em Jesus.

Ao contrário, a experiência dos Magos é muito diferente (cf. Mt 2,1-12). Vindos do Oriente, eles representam todos os povos distantes da fé judaica tradicional. E no entanto, deixam-se guiar pela estrela e enfrentam uma viagem longa e perigosa, para alcançar a meta e conhecer a verdade sobre o Messias. Os Magos estavam abertos à “novidade”, e a eles revela-se a maior e mais surpreendente novidade da história: Deus que se fez homem. Os Magos prostram-se diante de Jesus e oferecem-lhe dons simbólicos: ouro, incenso e mirra, porque a busca do Senhor implica não só a perseverança no caminho, mas também a generosidade do coração. E finalmente voltaram «para a sua terra» (v. 12); e o Evangelho diz que regressaram por “outro caminho”. Irmãos e irmãs, cada vez que um homem ou uma mulher encontra Jesus, muda de caminho, passa a viver de maneira diferente, volta renovado, “por outro caminho”. Voltaram «para a sua terra» levando consigo o mistério daquele Rei humilde e pobre; nós podemos imaginar que contaram a todos a experiência vivida: a salvação oferecida por Deus em Cristo é para todos os homens, próximos e distantes. Não é possível “apoderar-se” daquele Menino: Ele é um dom para todos!

Também nós façamos um pouco de silêncio no nosso coração e deixemo-nos iluminar pela luz de Jesus, que provém de Belém. Não permitamos que os nossos receios fechem o nosso coração, mas tenhamos a coragem de nos abrirmos a esta luz, que é mansa e discreta. Então, como os Magos, sentiremos «uma profunda alegria» (v. 10), que não poderemos conservar para nós. Que nos ampare neste caminho a Virgem Maria, Estrela que nos conduz a Jesus, e Mãe que mostra Jesus aos Magos e a todos aqueles que se aproximam dela!

Adoração dos Magos (Domingos Sequeira)

Fonte: Santa Sé.

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