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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Ângelus: Cristo Rei - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 25 de novembro de 2018

Bom dia, estimados irmãos e irmãs!
A Solenidade de Jesus Cristo Rei do universo, que celebramos hoje, é colocada no fim do Ano Litúrgico e recorda que a vida da criação não progride por acaso, mas procede rumo a uma meta final: a manifestação definitiva de Cristo, Senhor da história e de toda a criação. A conclusão da história será o seu reino eterno. O hodierno trecho evangélico (cf. Jo 18,33b-37) fala-nos deste reino, o reino de Cristo, o reino de Jesus, narrando a situação humilhante na qual se encontrou Jesus depois de ter sido preso no Getsêmani: amarrado, insultado, acusado e levado diante das autoridades de Jerusalém. Depois, foi apresentado ao procurador romano, como alguém que atenta ao poder público, para se tornar o rei dos judeus. Então Pilatos faz a sua investigação e num interrogatório dramático pergunta-lhe por duas vezes se Ele fosse um rei (cf. vv. 33b-37).

E Jesus desde o início responde que o seu reino «não é deste mundo» (v. 36). Em seguida afirma: «Tu dizes que eu sou rei» (v. 37). Observando toda a sua vida é evidente que Jesus não tem ambições políticas. Recordemos que depois da multiplicação dos pães, o povo entusiasmado pelo milagre, o teria proclamado rei, para derrubar o poder romano e restabelecer o reino de Israel. Mas para Jesus o reino é outra coisa, e não se realiza certamente com a revolta, a violência e a força das armas. Por isso retirou-se sozinho sobre o monte para rezar (cf. Jo 6,5-15). Depois, respondendo a Pilatos, evidencia que os seus discípulos não combateram para o defender. Diz: «Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus» (v. 36).

Jesus quer fazer compreender que acima do poder político há outro muito maior, que não se obtém com meios humanos. Ele veio à terra para exercer este poder, que é o amor, dando testemunho da verdade (v. 37). Trata-se da verdade divina que enfim é a mensagem essencial do Evangelho: «Deus é amor» (1Jo 4,8) e deseja estabelecer no mundo o seu reino de amor, justiça e paz. Este é o reino do qual Jesus é o rei e que se estende até ao fim dos tempos. A história ensina-nos que os reinos fundados no poder das armas e na prevaricação são frágeis e mais cedo ou mais tarde desabam. Mas o reino de Deus é fundado no seu amor e enraizado nos corações - o reino de Deus enraíza-se nos corações - conferindo a quem o acolhe paz, liberdade e plenitude de vida. Todos nós queremos paz, todos nós queremos liberdade e plenitude. E como se faz? Deixa que o amor de Deus, o reino de Deus, o amor de Jesus se enraíze no teu coração e terás paz, terás liberdade e plenitude.

Jesus hoje pede-nos para deixarmos que Ele se torne o nosso rei. Um rei que com a sua palavra, o seu exemplo e a sua vida imolada na cruz nos salvou da morte, e indica - este rei - o caminho ao homem perdido, dá luz nova à nossa existência marcada pela dúvida, pelo medo e pelas provações de todos os dias. Mas não devemos esquecer que o reino de Jesus não é deste mundo. Ele só poderá dar um sentido novo à nossa vida, às vezes posta a dura prova inclusive pelos nossos erros e pecados, se não seguirmos as lógicas do mundo e dos seus “reis”.

A Virgem Maria nos ajude a acolher Jesus como rei da nossa vida e a difundir o seu reino, dando testemunho da verdade que é o amor.


Fonte: Santa Sé.

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