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sábado, 14 de abril de 2018

Regina Coeli do Papa: Segunda-feira da Oitava Pascal 2018

Papa Francisco
Regina Coeli
Segunda-feira do Anjo, 02 de abril de 2018

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
A segunda-feira depois da Páscoa é chamada “segunda-feira do Anjo”, em conformidade com uma tradição muito bonita que corresponde às fontes bíblicas sobre a Ressurreição. Com efeito, os Evangelhos (Mt 28,1-10, Mc 16,1-7; Lc 24,1-12) narram que, quando as mulheres foram ao Sepulcro, encontraram-no aberto. Elas temiam não poder entrar, porque o Túmulo tinha sido fechado com uma grande pedra. Ao contrário, estava aberto; e do interior, uma voz diz-lhes que Jesus não está ali, mas ressuscitou.

Pela primeira vez é pronunciada estas palavra: “Ressuscitou”. Os Evangelistas referem-nos que este primeiro anúncio foi dado pelos anjos, ou seja, mensageiros de Deus. Esta presença angélica tem um significado: dado que quem anunciara a Encarnação do Verbo fora um anjo, Gabriel, assim também para anunciar pela primeira vez a Ressurreição não era suficiente uma palavra humana. Era necessário um ser superior, para comunicar uma realidade tão surpreendente, tão incrível, que talvez nenhum homem teria ousado pronunciá-la. Depois deste primeiro anúncio, a comunidade dos discípulos começa a repetir: «O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão» (Lc 24,34). Como é bonito este anúncio! Agora podemos dizer todos juntos: “O Senhor ressuscitou verdadeiramente!”. Este primeiro anúncio - “O Senhor ressuscitou verdadeiramente!” - exigia uma inteligência superior à humana.

Hoje é um dia de festa e convívio, vivido geralmente com a família. É um dia de família. Depois de ter celebrado a Páscoa, sente-se a necessidade de se reunir ainda com os próprios entes queridos e com os amigos, para festejar. Porque a fraternidade é o fruto da Páscoa de Cristo que, mediante a sua morte e Ressurreição, derrotou o pecado que separava o homem de Deus, o homem de si mesmo, o homem dos seus irmãos. Mas nós sabemos que o pecado separa sempre, cria sempre inimizades. Jesus abateu o muro de divisão entre os homens e restabeleceu a paz, começando a tecer a rede de uma nova fraternidade. Neste nosso tempo, é muito importante voltar a descobrir a fraternidade, do modo como ela era vivida nas primeiras comunidades cristãs. Redescobrir como dar espaço a Jesus, que nunca separa, une sempre. Não pode haver uma verdadeira comunhão e um compromisso pelo bem comum e pela justiça social, sem a fraternidade e a partilha. Sem a partilha fraterna não se pode realizar uma comunidade eclesial ou civil: existe apenas um conjunto de indivíduos movidos ou reagrupados pelos próprios interesses. Mas a fraternidade é uma graça que Jesus concede.

A Páscoa de Cristo fez explodir no mundo outra coisa: a novidade do diálogo e do relacionamento, novidade que, para os cristãos, se tornou uma responsabilidade. Com efeito, Jesus disse: «Disto todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros» (Jo 13,35). Eis por que não podemos fechar-nos no nosso mundo privado, no nosso grupo, mas somos chamados a ocupar-nos do bem comum, a cuidar dos irmãos, especialmente dos mais frágeis e marginalizados. Só a fraternidade pode garantir uma paz duradoura, pode vencer a pobreza, pode eliminar as tensões e as guerras, pode extirpar a corrupção e a criminalidade. O anjo que nos diz: “Ressuscitou!”, nos ajude a viver a fraternidade e a novidade do diálogo e do relacionamento, e a preocupação pelo bem comum.

A Virgem Maria, que neste tempo pascal invocamos com o título de Rainha do Céu, nos ampare com a sua intercessão, a fim de que a fraternidade e a comunhão que experimentamos nestes dias de Páscoa possam tornar-se o nosso estilo de vida e a alma das nossas relações.


Fonte: Santa Sé.

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