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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Regina Coeli: IV Domingo da Páscoa - Ano B

Papa Francisco
Regina Coeli
Domingo, 22 de abril de 2018

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
A Liturgia deste IV Domingo de Páscoa prossegue na intenção de nos ajudar a redescobrir a nossa identidade de discípulos do Senhor Ressuscitado. Nos Atos dos Apóstolos, Pedro declara abertamente que a cura do coxo, realizada por Ele e da qual Jerusalém inteira fala, teve lugar em nome de Jesus, porque «em nenhum outro há salvação» (At 4,12). Naquele homem curado está cada um de nós - aquele homem é a nossa figura: todos nós estamos ali - e estão as nossas comunidades: cada um poderá ser curado das numerosas formas de enfermidade espiritual que tiver - ambição, preguiça, orgulho - se aceitar colocar com confiança a própria existência nas mãos do Senhor Ressuscitado. «É em nome de Jesus Cristo Nazareno - afirma Pedro - que esse homem se acha são» (v. 10). Mas quem é Cristo que cura? No que consiste ser curado por Ele? Do que nos sara? E através de que atitudes?

Encontramos a resposta a todas estas perguntas no Evangelho de hoje, onde Jesus diz: «Eu sou o bom Pastor. O bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas» (Jo 10,11). Esta auto-apresentação de Jesus não pode ser reduzida a uma sugestão emotiva, sem qualquer efeito concreto! Jesus cura através do seu ser Pastor que dá a vida. Oferecendo a sua vida por nós, Jesus diz a cada um: “A tua vida vale tanto para mim, que para a salvar dou-me completamente a mim mesmo”. É exatamente este oferecer a sua vida que o torna bom Pastor por excelência, Aquele que cura, Aquele que nos permite levar uma vida boa e fecunda.

A segunda parte da mesma página evangélica diz-nos quais são as condições para que Jesus nos possa curar, tornando a nossa vida jubilosa e fecunda: «Eu sou o bom Pastor - diz Jesus - conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me, assim como o meu Pai me conhece e Eu conheço o Pai» (vv. 14-15). Jesus não fala de um conhecimento intelectivo, não, mas de um relacionamento pessoal, de predileção, de ternura recíproca, reflexo da mesma íntima relação de amor entre Ele e o Pai. É através desta atitude que se realiza um relacionamento vivo com Jesus: deixar-me conhecer por Ele. Não me fechar em mim mesmo, abrir-me ao Senhor, para que Ele me conheça. Ele está atento a cada um de nós, conhece profundamente o nosso coração; conhece as nossas qualidades e os nossos defeitos, os projetos que realizamos e as esperanças que foram desiludidas. Mas aceita-nos tal como somos, até com os nossos pecados, para nos curar, para nos perdoar; Ele guia-nos com amor, para podermos percorrer até caminhos impérvios, sem perder o rumo. Ele acompanha-nos.

Por nossa vez, somos chamados a conhecer Jesus. Isto implica um encontro com Ele, um encontro que suscite o desejo de o seguir, abandonando as atitudes autorreferenciais para nos encaminharmos por novas sendas, indicadas pelo próprio Cristo e abertas para vastos horizontes. Quando, nas nossas comunidades, se arrefece o desejo de viver a relação com Jesus, de ouvir a sua voz e de o seguir fielmente, é inevitável que prevaleçam outros modos de pensar e de viver que não são coerentes com o Evangelho. Maria, nossa Mãe, nos ajude a amadurecer um relacionamento cada vez mais forte com Jesus. Abramo-nos a Jesus, para que Ele entre em nós. Uma relação mais vigorosa: Ele ressuscitou! Assim podemos segui-lo durante a vida inteira. Que neste Dia Mundial de Oração pelas Vocações, Maria interceda a fim de que muitos respondem com generosidade e perseverança ao Senhor que chama a deixar tudo pelo seu Reino.


Fonte: Santa Sé.

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