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sexta-feira, 23 de março de 2018

Homilia do Papa: Ordenações Episcopais

Santa Missa e Ordenação Episcopal
Homilia do Papa Francisco
Basílica Vaticana
Solenidade de São José, Esposo da Bem-Aventurada Virgem Maria
Domingo, 19 de março de 2018

Caríssimos irmãos e filhos!
Far-nos-á bem refletir atentamente sobre a alta responsabilidade eclesial à qual são promovidos estes nossos irmãos. Nosso Senhor Jesus Cristo, enviado pelo Pai para redimir os homens, enviou por sua vez ao mundo os doze Apóstolos a fim de que, repletos do poder do Espírito Santo, anunciassem o Evangelho a todos os povos e, reunindo-os sob um único Pastor, os santificassem e os guiassem rumo à salvação.
Com a finalidade de perpetuar este ministério apostólico de geração em geração, os Doze associaram a si colaboradores, transmitindo-lhes mediante a imposição das mãos o dom do Espírito recebido de Cristo, que conferia a plenitude do sacramento da Ordem. Assim, este ministério primário conservou-se através da sucessão ininterrupta dos Bispos na tradição viva da Igreja, e a obra do Salvador continua e desenvolve-se até aos nossos tempos. No Bispo, circundado pelos seus presbíteros, está presente no meio de vós o próprio Senhor Jesus Cristo, sumo e eterno Sacerdote.
Com efeito, é Cristo que, no ministério do Bispo, continua a pregar o Evangelho de salvação e a santificar os crentes, mediante os sacramentos da fé. É Cristo que, na paternidade do Bispo, acrescenta novos membros ao seu Corpo, que é a Igreja. É Cristo que, na sabedoria e prudência do Bispo, guia o povo de Deus na peregrinação terrena, até à felicidade eterna.
Portanto, recebei com alegria e gratidão estes nossos irmãos, que nós Bispos, mediante a imposição das mãos, hoje associamos ao Colégio episcopal. Prestai-lhes a honra que se deve aos ministros de Cristo e aos dispensadores dos mistérios de Deus, aos quais são confiados o testemunho do Evangelho e o ministério do Espírito para a santificação. Recordai-vos das palavras de Jesus aos Apóstolos: «Quem vos escuta, escuta a mim; quem vos despreza, despreza a mim; e quem me despreza, despreza Aquele que me enviou».
Quanto a vós, caríssimos irmãos, eleitos pelo Senhor, meditai que fostes escolhidos dentre os homens e para os homens, fostes constituídos nas realidades que dizem respeito a Deus. Não para outras coisas. Não para os negócios, nem para a mundanidade, nem sequer para a política. Com efeito, «episcopado» é o nome de um serviço, não de uma honra. Pois ao Bispo compete mais o servir que o dominar, segundo o mandamento do Mestre: «Aquele que é o maior entre vós, torne-se como o último; e quem governa seja como aquele que serve». Evitai a tentação de de vos tornardes príncipes.
Anunciai a Palavra em todas as ocasiões: oportuna e inoportunamente. Admoestai, repreendei, exortai com toda a magnanimidade e doutrina. E mediante a oração e a oferta do sacrifício pelo vosso povo, hauri da plenitude da santidade de Cristo a multiforme riqueza de Deus. A oração do Bispo: é a primeira tarefa do Bispo. Quando as viúvas dos helênicos foram queixar-se aos Apóstolos, porque não se preocupavam muito com elas, eles reuniram-se e, com a força do Espírito Santo, inventaram o diaconato. E quando explica isto, o que diz Pedro? “Vós fazei isto, isso e aquilo; a nós competem a oração e o anúncio da Palavra” (cf. At 6,1-7). A primeira tarefa do Bispo é a oração. O Bispo que não reza não desempenha o seu dever, não cumpre a sua vocação.
Na Igreja a vós confiada sede fiéis guardiões e dispensadores dos mistérios de Cristo, postos pelo Pai à frente da sua família; segui sempre o exemplo do Bom Pastor, que conhece as suas ovelhas, por elas é conhecido e por elas não hesitou em oferecer a vida.
Amai com amor de pai e de irmão todos aqueles que Deus vos confiar. Antes de tudo, os presbíteros e os diáconos, vossos colaboradores no ministério. Por favor, proximidade aos presbíteros: que eles possam encontrar-se com o Bispo no mesmo dia em que o procuram, ou ao máximo no dia seguinte. Proximidade aos sacerdotes. Mas também proximidade aos pobres, aos indefesos e a quantos têm necessidade de acolhimento e de ajuda. Exortai os fiéis a cooperar no compromisso apostólico e escutai-os de bom grado.
Prestai profunda atenção a quantos não pertencem à única grei de Cristo, porque também eles vos foram confiados no Senhor. Recordai-vos que na Igreja católica, congregada no vínculo da caridade, estais unidos ao Colégio dos Bispos e deveis ter em vós a solicitude por todas as Igrejas, socorrendo generosamente aquelas que têm maior necessidade de ajuda.
E vigiai, vigiai com amor sobre todo o rebanho no qual o Espírito Santo vos coloca para governar a Igreja de Deus. E fazei isto em nome do Pai, cuja imagem tornais presente; em nome de Jesus Cristo, seu Filho, por quem fostes constituídos mestres, sacerdotes e pastores; e em nome do Espírito Santo, que dá vida à Igreja e, com o seu poder, ampara a nossa debilidade.


Fonte: Santa Sé

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