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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Ângelus do Papa: Solenidade da Santa Mãe de Deus 2018

Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus
51º Dia Mundial da Paz
Papa Francisco
Ângelus
Segunda-feira, 1° de janeiro de 2018

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Na primeira página do calendário do ano novo que o Senhor nos doa, a Igreja coloca, como uma maravilhosa miniatura, a solenidade litúrgica de Maria Santíssima Mãe de Deus. Neste primeiro dia do ano solar, fixemos o olhar nela, para retomar, sob a sua proteção maternal, o caminho ao longo das sendas do tempo.

O Evangelho de hoje (Lc 2,16-21) reconduz-nos à manjedoura de Belém. Os pastores foram à pressa e encontraram Maria, José e o Menino; e referem o anúncio que os anjos lhes deram, ou seja, que aquele Recém-nascido é o Salvador. Todos se admiraram, ao passo que «Maria guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração» (v. 19). A Virgem faz-nos compreender como deve ser acolhido o evento do Natal: não de forma superficial, mas no coração. Indica-nos o verdadeiro modo de receber o dom de Deus: guardá-lo no coração e meditá-lo. É um convite dirigido a cada um de nós a rezar contemplando e apreciando este dom que é o próprio Jesus.

É mediante Maria que o Filho de Deus assume a corporeidade. Mas a maternidade de Maria não se limita a isso: graças à sua fé, Ela é também a primeira discípula de Jesus e isto “dilata” a sua maternidade. Será a fé de Maria a provocar em Caná o primeiro “sinal” milagroso, que contribui para suscitar a fé dos discípulos. Com a mesma fé, Maria está presente aos pés da cruz e recebe como filho o apóstolo João; e por fim, depois da Ressurreição, torna-se mãe orante da Igreja sobre a qual desce com poder o Espírito Santo no dia de Pentecostes.

Como mãe, Maria desempenha uma função muito especial: põe-se entre o seu Filho Jesus e os homens na realidade das suas privações, na realidade das suas indigências e dos seus sofrimentos. Maria intercede, como em Caná, ciente de que como mãe pode, aliás, deve dar a conhecer ao Filho as necessidades dos homens, especialmente dos mais débeis e indigentes. E precisamente a estas pessoas é dedicado o tema do Dia Mundial da Paz que hoje celebramos: “Migrantes e refugiados: homens e mulheres em busca de paz”, eis o lema deste Dia. Desejo, mais uma vez, fazer-me eco da voz destes nossos irmãos e irmãs que invocam para o seu futuro um horizonte de paz. Para esta paz, que é um direito de todos, muitos deles estão prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos, longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos (cf. Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2018, 1).

Por favor, não apaguemos a esperança no coração deles; não sufoquemos as suas expetativas de paz! É importante que da parte de todos, instituições civis, realidades educativas, assistenciais e eclesiais, haja o compromisso para garantir aos refugiados, aos migrantes, a todos um porvir de paz. Que o Senhor nos conceda agir neste novo ano com generosidade, com generosidade, para realizar um mundo mais solidário e acolhedor. Convido-vos a rezar por isto, enquanto juntamente convosco confio a Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, o ano de 2018 que acabou de iniciar. Os velhos monges russos, místicos, diziam que em tempos de turbulências espirituais era necessário reunir-se sob o manto da Santa Mãe de Deus. Pensando nas numerosas turbulências de hoje, e sobretudo nos migrantes e nos refugiados, rezemos como eles nos ensinaram: «Sob a tua proteção procuramos refúgio, Santa Mãe de Deus: não desprezeis as nossas súplicas, que estamos na prova, mas livrai-nos de todo o perigo, ó Virgem gloriosa e bendita».


Fonte: Santa Sé.

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