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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Ângelus: II Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 14 de janeiro de 2018

Bom dia, caros irmãos e irmãs!
Como nas festas da Epifania e do Batismo de Jesus, também a página do Evangelho de hoje propõe o tema da manifestação do Senhor (Jo 1,35-42). Desta vez é João Batista que o indica aos seus discípulos, como «o Cordeiro de Deus» (v. 36), convidando-os deste modo a segui-lo. E assim é para nós: Aquele que contemplamos no mistério do Natal, agora somos chamados a segui-lo na vida quotidiana. Portanto, o Evangelho hodierno introduz-nos perfeitamente no tempo litúrgico comum, um tempo que serve para animar e averiguar o nosso caminho de fé na vida habitual, numa dinâmica que se move entre epifania e seguimento, entre manifestação vocação.

A narração do Evangelho indica as caraterísticas essenciais do itinerário de fé. Existe um itinerário de fé, e trata-se do percurso dos discípulos de todos os tempos, também nosso, a partir da pergunta que Jesus dirige aos dois que, impelidos por João Batista, se põem a segui-lo: «Que procurais?» (v. 38). É a mesma pergunta que, na manhã de Páscoa, o Ressuscitado dirigirá a Maria Madalena: «Mulher, quem procuras?» (Jo 20,15). Como seres humanos, cada um de nós está à procura: em busca de felicidade, de amor, de vida boa e repleta. Deus Pai concedeu-nos tudo isto no seu Filho Jesus.

Nesta busca é fundamental o papel de uma verdadeira testemunha, de uma pessoa que primeiro percorreu o caminho e encontrou o Senhor. No Evangelho, João Batista é esta testemunha. Por isso, pode orientar os discípulos para Jesus, que os leva a participar numa nova experiência, dizendo: «Vinde ver» (v. 39). E aqueles dois já não poderão esquecer a beleza de tal encontro, a ponto que o evangelista menciona até a hora: «Era por volta da hora décima» (ibid.). Somente um encontro pessoal com Jesus gera um caminho de fé e de discipulado. Poderíamos viver muitas experiências, fazer muitas coisas, estabelecer relações com numerosas pessoas, mas só o encontro com Jesus, na hora que Deus conhece, pode dar sentido pleno à nossa vida e tornar fecundos os nossos projetos e as nossas iniciativas.

Não é suficiente construir para si uma imagem de Deus baseada em boatos; é preciso ir à procura do Mestre divino e ir onde Ele habita. A pergunta dos dois discípulos a Jesus: «Onde moras?» (v. 38), tem um forte sentido espiritual: exprime o desejo de saber onde mora o Mestre, para poder estar com Ele. A vida de fé consiste no desejo de estar com o Senhor e, portanto, numa busca contínua do lugar onde Ele mora. Isto significa que somos chamados a superar uma religiosidade rotineira e óbvia, reavivando o encontro com Jesus na oração, na meditação da Palavra de Deus e na frequência dos Sacramentos, para estar com Ele e dar frutos graças a Ele, à sua ajuda, à sua dádiva.

Procurar Jesus, encontrar Jesus, seguir Jesus: este é o caminho. Procurar Jesus, encontrar Jesus, seguir Jesus.

A Virgem Maria nos sustenha neste propósito de seguir Jesus, de ir e estar onde Ele mora, para ouvir a sua Palavra de vida, para aderir Àquele que tira o pecado do mundo, para nele encontrar esperança e impulso espiritual.


Fonte: Santa Sé.

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