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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Ângelus: III Domingo do Advento - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 17 de dezembro de 2017

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Nos domingos passados a Liturgia frisou o que significa pôr-se em atitude de vigilância e o que comporta concretamente preparar o caminho do Senhor. Neste III Domingo do Advento, chamado “domingo da alegria”, a liturgia convida-nos a sentir o espírito com o qual tudo isto acontece, ou seja, precisamente, o júbilo. São Paulo convida-nos a preparar a vinda do Senhor assumindo três atitudes. Ouvi bem: três atitudes. Primeira, o júbilo constante; segunda, a oração perseverante; terceira, a ação de graças contínua. Alegria constante, oração perseverante e ação de graças contínua.

A primeira atitude, alegria constante: «Regozijai-vos sempre» (1Ts 5,16), diz São Paulo. Isto significa permanecer sempre na alegria, até quando as coisas não correm segundo os nossos desejos; mas há aquele júbilo profundo, que é a paz: também ela é júbilo, está dentro. E a paz é um júbilo “a nível terreno”, mas é um júbilo. As angústias, as dificuldades e os sofrimentos atravessam a vida de cada um, como todos sabemos; e muitas vezes a realidade que nos circunda parece ser inóspita e árida, semelhante ao deserto no qual ressoava a voz de João Batista, como recorda o Evangelho de hoje (cf. Jo 1,23). Mas precisamente as palavras do Batista revelam que o nosso júbilo se baseia numa certeza, que este deserto é habitado: «no meio de vós - diz - está um a quem vós não conheceis» (v. 26). Trata-se de Jesus, o enviado do Pai que, como frisa Isaías, «leva a boa nova aos que sofrem, cura os de coração despedaçado, anuncia a amnistia aos cativos, e a liberdade aos prisioneiros; proclama um ano de graça da parte do Senhor» (cf. Is 61,1-2). Estas palavras, que Jesus fará suas no sermão da sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4,16-19), esclarecem que a sua missão no mundo consiste na libertação do pecado e das escravidões pessoais e sociais que ele causa. Ele veio à terra para restituir aos homens a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, que só Ele pode comunicar, e dar júbilo para isto.

O júbilo que caracteriza a expetativa do Messias baseia-se na oração perseverante: esta é a segunda atitude. São Paulo diz: «rezai sem cessar» (1Ts 5,17). Por meio da oração podemos entrar numa relação estável com Deus, que é a fonte da verdadeira alegria. A alegria do cristão não se compra, não se pode comprar; vem da fé e do encontro com Jesus Cristo, razão da nossa felicidade. E quanto mais estivermos radicados em Cristo, quanto mais estivermos próximos de Jesus, tanto mais encontraremos a serenidade interior, mesmo no meio das contradições diárias. Por isso o cristão, tendo encontrado Jesus, não pode ser um profeta de desventura, mas uma testemunha e um arauto de alegria. Uma alegria a partilhar com os demais; uma alegria contagiosa que torna menos cansativo o caminho da vida.

A terceira atitude indicada por Paulo é a ação de graças contínua, ou seja, o amor grato a Deus. Com efeito, Ele é muito generoso conosco, e nós somos convidados a reconhecer sempre os seus benefícios, o seu amor misericordioso, a sua paciência e bondade, vivendo assim numa incessante ação de graças.
Júbilo, oração e gratidão são três atitudes que nos preparam para viver o Natal de maneira autêntica. Júbilo, oração e gratidão. Digamos todos juntos: júbilo, oração e gratidão [As pessoas na Praça repetem]. Outra vez! [Repetem]. Nesta última fase do Tempo do Advento, confiemo-nos à materna intercessão da Virgem Maria. Ela é “causa do nosso júbilo”, não só por ter gerado Jesus, mas porque nos reconduz continuamente a Ele.

Depois do Ângelus:
Amados irmãos e irmãs!
E agora uma saudação afetuosa às crianças que vieram para a bênção das imagens do Menino Jesus, organizada pelo Centro dos Oratórios Romanos. É bonito o que eu leio daqui: o oratório é precisamente para cada um de nós. “Há sempre um lugar para ti”, diz o cartaz. Há sempre um lugar para ti! Quando rezardes em casa, diante do presépio com os vossos familiares, deixai-vos atrair pela ternura do Menino Jesus, nascido pobre e frágil no meio de nós, para nos dar o seu amor. É este o verdadeiro Natal. Se tirarmos Jesus, o que resta do Natal? Uma festa vazia. Não tireis Jesus do Natal! Jesus é o centro do Natal, Jesus é o verdadeiro Natal! Compreendestes?
Por isso desejo a todos bom domingo e bom caminho rumo ao Natal de Jesus. Por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista.


Fonte: Santa Sé.

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