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domingo, 12 de novembro de 2017

Homilia: XXXII Domingo do Tempo Comum - Ano A

São Gregório Nazianzeno
Sermão na festividade do Batismo
Saiamos ao encontro de Cristo, o Esposo, com as radiantes lâmpadas da fé

A pausa que farás frente ao grande santuário imediatamente após o Batismo simboliza a glória da vida futura. O canto dos salmos, em cujo ritmo serás recebido, é o prelúdio daquela hinodia.
As lâmpadas que acenderás são figura daquela procissão de tochas, com que, quais radiantes almas virgens, não adormecidas pela preguiça ou indolência, sairemos ao encontro de Cristo, o esposo, com as radiantes lâmpadas da fé, a fim de que não se apresente de improviso, sem que o saibamos, aquele cuja vinda esperamos, e nós, desprovidos de combustível e de azeite, carecendo de boas obras, sejamos excluídos do tálamo nupcial.
Minha imaginação me apresenta aquela triste e miserável cena. Estará presente aquele que, ao se ouvir o sinal, exigirá que saiam ao seu encontro. Então todas as almas prudentes lhe sairão ao encontro com uma luz radiante e com superabundante provisão de azeite; as almas restantes, muito conturbadas, pedirão inoportunamente azeite àquelas que estão bem abastecidas. Porém, o esposo entrará apressadamente e as prudentes entrarão juntamente com ele; porém, às imprudentes que empregaram o tempo em que deveriam entrar no preparo de suas lâmpadas, lhes será proibido o ingresso e se lamentarão aos gritos, compreendendo, demasiado tarde, o prejuízo que acarretaram com sua negligência e sua indolência. A porta de entrada ao tálamo nupcial, que elas mesmas culpavelmente se fecharam, não lhes será aberta por mais que o peçam e supliquem.
Não imiteis tampouco aqueles que recusaram participar das bodas que o bom pai preparou para o magnífico esposo, apresentando como desculpa, embora acabe de casar-se, seja o campo recentemente comprado, seja a junta de bois mal-adquirida, privando-se deste modo de bens maiores pela solicitude de coisas insignificantes e fúteis.
Também não terá ali lugar o orgulhoso e o arrogante, como tampouco o preguiçoso e o indolente, nem aquele que vai vestido com um traje sujo ou impróprio de uma festa nupcial, mesmo que nesta vida fosse considerado digno de semelhante honra, e fosse furtivamente confundido entre os demais, lisonjeando-se a si mesmo com uma esperança ilusória.
E depois? Uma vez tendo entrado ali, o esposo sabe muito bem o que irá ensinar-nos, e como se entreterá com as almas que o acompanharam ao entrar. Penso que com elas se entreterá, introduzindo-as nos mais admiráveis e puros mistérios. Oxalá que também nós nos façamos partícipes de tais mistérios, tanto aqueles que isto vos ensinamos como aqueles que dentre vós aprendeis. Em Cristo nosso Senhor, a quem correspondem a glória e o poder pelos séculos. Amém.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 247-249. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

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