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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Ângelus do Papa: XXXIII Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 19 de novembro de 2017

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Neste penúltimo domingo do Ano Litúrgico, o Evangelho apresenta-nos a parábola dos talentos (Mt 25,14-30). Um homem, tendo que viajar, antes de partir confia aos seus servos alguns bens, que naquele tempo eram moedas de grande valor: a um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, segundo as suas capacidades. O servo que recebeu cinco talentos era empreendedor e fê-los frutificar, ganhando outros cinco. Do mesmo modo se comporta o servo que recebeu dois, obtendo outros dois. Ao contrário, o servo que recebeu um, escava um buraco na terra e esconde a moeda do seu senhor.

É precisamente este servo que, quando o dono regressa, lhe explica o motivo do seu gesto, dizendo: «Senhor, sei que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. Por isso, tive medo e fui esconder o teu talento na terra» (vv. 24-25). Este servo não tem uma relação de confiança com o seu patrão, mas medo, e isso paralisa-o. O temor imobiliza sempre e, muitas vezes, leva a tomar decisões erradas. O medo dissuade de tomar iniciativa, induz a refugiar-se em soluções seguras e garantidas, e assim se acaba por não realizar nada de bom. Para ir em frente e crescer no caminho da vida, não se deve ter medo, é necessário ter confiança.

Esta parábola faz-nos compreender quanto é importante ter uma ideia verdadeira de Deus. Não devemos pensar que Ele é um senhor inclemente, duro e severo que quer castigar-nos. Se dentro de nós houver esta imagem errada de Deus, então a nossa vida não poderá ser fecunda, porque viveremos com o medo e isso não nos levará a nada construtivo, aliás, o medo paralisa-nos, autodestrói-nos. Somos chamados a refletir para descobrir qual é realmente a nossa ideia de Deus. Já no Antigo Testamento Ele se revelou como «Deus compassivo e misericordioso, lento para a cólera, rico em bondade e em fidelidade» (Ex 34,6). E Jesus sempre nos mostrou que Deus não é um patrão severo e intolerante, mas um pai cheio de amor, de ternura, um pai repleto de bondade. Portanto, podemos e devemos ter uma confiança imensa n’Ele.

Jesus mostra-nos a generosidade e a solicitude do Pai de várias formas: com a sua palavra, com os seus gestos, com o seu acolhimento de todos, especialmente dos pecadores, dos pequeninos e dos pobres - como nos recorda hoje o 1º Dia Mundial dos Pobres -; mas inclusive com as suas admoestações, que revelam o seu interesse a fim de que não desperdicemos inutilmente a nossa vida. Com efeito, é sinal que Deus tem grande estima por nós: esta consciência ajuda-nos a ser pessoas responsáveis em cada nossa ação. Por conseguinte, a parábola dos talentos convida-nos a uma responsabilidade pessoal e a uma fidelidade que se torna inclusive capacidade de se pôr constantemente a caminho percorrendo estradas novas, sem “enterrar os talentos”, ou seja, os dons que Deus nos confiou, e dos quais nos pedirá contas.

A Virgem Santa interceda por nós, a fim de que permaneçamos fiéis à vontade de Deus fazendo frutificar os talentos que nos doou. Assim seremos úteis aos outros e, no último dia, seremos acolhidos pelo Senhor, que nos convidará a participar na sua alegria.


Fonte: Santa Sé.

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