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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Ângelus do Papa: XXIV Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 17 de setembro de 2017

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O trecho evangélico deste domingo (Mt 18,21-35) oferece-nos um ensinamento sobre o perdão, que não nega a ofensa sofrida mas reconhece que o ser humano, criado à imagem de Deus, é sempre maior que o mal que ele comete. São Pedro pergunta a Jesus: «Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? (v. 21). Para Pedro parece ser já o máximo perdoar sete vezes a uma mesma pessoa; e talvez a nós pareça ser já muito perdoar duas vezes. Mas Jesus responde: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete» (v. 22), isto é, sempre: deves perdoar sempre. E confirma isto narrando a parábola do rei misericordioso e do servo impiedoso, na qual mostra a incoerência daquele que antes foi perdoado e depois se recusa a perdoar.

O rei da parábola é um homem generoso que, movido pela compaixão, perdoou-lhe uma dívida enorme - “dez mil talentos”: enorme - a um servo que o suplica. Mas aquele mesmo servo, ao encontrar logo a seguir outro servo como ele que lhe deve cem denários - ou seja, muito menos -, comporta-se de forma impiedosa, fazendo-o fechar na prisão. A atitude incoerente deste servo é também a nossa quando recusamos o perdão aos nossos irmãos. Enquanto o rei da parábola é a imagem de Deus que nos ama de um amor tão rico de misericórdia a ponto de nos acolher, amar e perdoar constantemente.

Desde o nosso Batismo Deus nos perdoou, condenando-nos a uma dívida insolúvel: o pecado original. Mas, isto acontece a primeira vez. Depois, com uma misericórdia sem limites, Ele perdoa-nos todas as culpas quando mostramos só um pequeno sinal de arrependimento. Deus é assim: misericordioso.
Quando somos tentados a fechar o nosso coração a quem nos ofendeu e nos pede desculpa, lembremo-nos das palavras do Pai celeste ao servo impiedoso: «Eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste. Não devias também tu compadecer-te de teu companheiro de serviço, como eu tive piedade de ti?» (vv. 32-33). Qualquer pessoa que tenha experimentado a alegria, a paz e a liberdade interior que vem do ser perdoado pode abrir-se por sua vez à possibilidade de perdoar.

Na oração do Pai-Nosso, Jesus quis inserir o mesmo ensinamento desta parábola. Pôs em relação direta o perdão que pedimos a Deus com o perdão que devemos conceder aos nossos irmãos: «Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam» (Mt 6,12). O perdão de Deus é o sinal do seu amor transbordante para cada um de nós: é o amor que nos deixa livres de nos afastar, como o filho pródigo, mas que espera todos os dias o nosso regresso; é o amor audaz do pastor pela ovelha perdida; é a ternura que acolhe cada pecador que bate à sua porta. O Pai celeste - nosso Pai - está cheio, cheio de amor e quer oferecê-lo a nós, mas não o pode fazer se fecharmos o nosso coração ao amor pelos outros.

A Virgem Maria nos ajude a estar cada vez mais cientes da gratuidade e da grandiosidade do perdão recebido de Deus, para nos tornarmos misericordiosos como Ele, Pai bom, lento para a ira e grande no amor.


Fonte: Santa Sé.

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