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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Ângelus do Papa: XVII Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 30 de julho de 2017

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
O discurso das parábolas de Jesus, que reúne sete parábolas no capítulo 13 do Evangelho de Mateus, conclui-se com as três semelhanças que lemos hoje: o tesouro escondido (v. 44), a pérola preciosa (v. 45-46) e a rede da pesca (v. 47-48). Analiso as primeiras duas que frisam a decisão dos protagonistas de vender tudo para obter o que descobriram. No primeiro caso trata-se de um camponês que encontrou por acaso um tesouro escondido no campo onde está a trabalhar. Por não ser um campo de sua propriedade, se quiser ficar com o tesouro tem que o comprar: portanto decide arriscar todos os seus bens para não perder aquela ocasião deveras excepcional. No segundo caso encontramos um mercador de pérolas preciosas; sendo um conhecedor perito, encontrou uma pérola de grande valor. Também ele decide investir tudo naquela pérola, a ponto de vender todas as outras.

Estas semelhanças põem em evidência duas características relativas à posse do Reino de Deus; a busca e o sacrifício. É verdade que o Reino de Deus é oferecido a todos - é um dom, é uma prenda, é graça - mas não é servido num tabuleiro de prata, exige um dinamismo: trata-se de procurar, caminhar, trabalhar. A atitude da busca é a condição essencial para encontrar; é preciso que o coração arda com o desejo de alcançar o bem precioso, ou seja, o Reino de Deus que se faz presente na pessoa de Jesus. É Ele o tesouro escondido, é Ele a pérola de grande valor. Ele é a descoberta fundamental, que pode fazer uma mudança decisiva na nossa vida, enchendo-a de significado.

Face à descoberta inesperada, quer o camponês quer o mercador dão-se conta de ter uma ocasião única que não querem perder, e por isso vendem tudo o que possuem. A avaliação do valor inestimável do tesouro leva a uma decisão que implica também sacrifícios, desprendimentos e renúncias. Quando o tesouro e a pérola foram descobertos, ou seja, quando encontrámos o Senhor, é necessário que esta descoberta não seja estéril, mas deve-se sacrificar por ela qualquer outra coisa. Não se trata de desprezar o resto, mas de o subordinar a Jesus, pondo-O em primeiro lugar. A graça do primeiro lugar. O discípulo de Cristo não é alguém que se privou de algo essencial; é uma pessoa que encontrou muito mais: encontrou a alegria plena que só o Senhor pode doar. É a alegria evangélica dos doentes curados; dos pecadores perdoados; do ladrão para o qual se abre a porta do paraíso.

A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira de quantos se encontram com Jesus. Aqueles que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo a alegria nasce e renasce sempre (cf. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, n. 1). Hoje somos exortados a contemplar a alegria do camponês e do mercador das parábolas. É a alegria de cada um de nós quando descobrimos a proximidade e a presença confortadora de Jesus na nossa vida. Uma presença que transforma o coração e nos abre às necessidades e ao acolhimento dos irmãos, sobretudo dos mais débeis.

Rezemos, pela intercessão da Virgem Maria, para que cada um de nós saiba testemunhar, com as palavras e com os gestos diários, a alegria de ter encontrado o tesouro do Reino de Deus, ou seja, o amor que o Pai nos doou mediante Jesus.


Fonte: Santa Sé.

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