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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Regina Coeli do Papa: VI Domingo da Páscoa - Ano A

Papa Francisco
Regina Coeli
Domingo, 21 de maio de 2017

Bom dia, prezados irmãos e irmãs!
O Evangelho de hoje (Jo 14,15- 21), continuação daquele do domingo passado, leva-nos ao momento comovedor e dramático que é a última ceia de Jesus com os seus discípulos. O evangelista João recolhe dos lábios e do coração do Senhor os seus últimos ensinamentos, antes da Paixão e da Morte. Jesus promete aos seus amigos, naquele momento triste e obscuro, que depois dele receberão «outro Paráclito» (v. 16). Esta palavra significa outro «Advogado», outro Defensor, outro Consolador: «O Espírito da verdade» (v. 17); e acrescenta: «Não vos deixarei órfãos: voltarei a vós» (v. 18). Estas palavras transmitem a alegria de uma nova vinda de Cristo: Ele, Ressuscitado e glorificado, reside no Pai e, ao mesmo tempo, vem a nós no Espírito Santo. É nesta sua nova vinda que se revela a nossa união com Ele e com o Pai: «Conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim e Eu em vós» (v. 20).

Meditando estas palavras de Jesus, hoje nós compreendemos com sentido de fé que somos o povo de Deus em comunhão com o Pai e com Jesus, mediante o Espírito Santo. Neste mistério de comunhão, a Igreja encontra a fonte inesgotável da sua missão, que se realiza através do amor. No Evangelho de hoje, Jesus diz: «Aquele que recebe os meus mandamentos e os guarda, é alguém que me ama. E aquele que me ama será amado pelo meu Pai, e Eu amá-lo-ei e manifestar-me-ei a ele» (v. 21). É o amor que nos introduz no conhecimento de Jesus, graças à ação deste «Advogado» que Jesus nos enviou, ou seja, o Espírito Santo. O amor a Deus e ao próximo é o maior mandamento do Evangelho. Hoje o Senhor chama-nos a corresponder generosamente à vocação evangélica do amor, pondo Deus no centro da nossa vida e dedicando-nos ao serviço dos irmãos, de maneira especial dos mais necessitados de ajuda e de consolação.

Se existe uma atitude que nunca é fácil nem óbvia, nem sequer para uma comunidade cristã, é precisamente a de saber amar-se e desejar o bem uns dos outros, a exemplo do Senhor e com a sua graça. Às vezes os contrastes, o orgulho, as invejas e as divisões deixam o sinal até no rosto da Igreja. Uma comunidade de cristãos deveria viver na caridade de Cristo, e no entanto é exatamente ali que o maligno «mete a pata» e às vezes deixamo-nos enganar. E quem arca com as consequências são as pessoas espiritualmente mais frágeis. Quantas delas - e vós conheceis algumas - se afastaram porque não se sentiram acolhidas, não se sentiram entendidas, não se sentiram amadas. Quantas pessoas se afastaram, por exemplo de alguma paróquia ou comunidade, devido ao ambiente de bisbilhotices, de ciúmes e de invejas que aí encontraram. Até para o cristão, saber amar nunca é um dado adquirido uma vez por todas; cada dia há que recomeçar, é preciso exercitar-se a fim de que o nosso amor pelos irmãos e pelas irmãs que nós encontramos amadureça e seja purificado daqueles limites ou pecados que o tornam parcial, egoísta, estéril e infiel. Cada dia devemos aprender a arte de amar. Escutai isto: cada dia devemos aprender a arte de amar, cada dia devemos seguir com paciência a escola de Cristo, cada dia devemos perdoar e olhar para Jesus, e isto com o auxílio deste «Advogado», deste Consolador que Jesus nos enviou, que é o Espírito Santo.

A Virgem Maria, discípula perfeita do seu Filho e Senhor, nos ajude a ser cada vez mais dóceis ao Paráclito, o Espírito de verdade, para aprendermos cada dia a amar como Jesus nos amou.


Fonte: Santa Sé.

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