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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

IV Pregação de Advento do Padre Cantalamessa

Pe. Raniero Cantalamessa
Quarta pregação de Advento 2016
23.12.2016
"Encarnado por obra do Espírito Santo por meio da Virgem Maria"

Dum medium silentium tenerent omnia”, “enquanto tudo ao redor era silêncio”. Com estas palavras a Liturgia busca recriar a cada ano a atmosfera própria do Natal. No momento do nascimento de Jesus, o mundo não era menos agitado do que hoje, mesmo que tudo acontecesse num círculo mais restrito. As ruas e as tavernas fervilhavam de pessoas por causa do recenseamento; os grandes personagens do momento, mesmo se distantes, eram César Augusto, Herodes... Duas únicas pessoas, Maria e José, tinham consciência do acontecimento mais importante, não somente daquele tempo, mas de todos os tempos.
A situação se renova, espiritualmente, em cada Natal. As notícias de atos de terrorismo, de guerras, de massas obrigadas, como então, a deixar as próprias casas e para os quais, como para Maria e José, "não há lugar na hospedaria", se acumulam e nos chegam já em tempo real. Somente quem por uma hora, ou por um instante, for capaz de silenciar tudo, fora e dentro de si, com a graça do Espírito Santo toma consciência daquilo que recordamos neste dia, somente este poderá dizer ter "feito" Natal. Acontece como quando, saindo do caos ensurdecedor da cidade, ultrapassa o limiar da própria casa e do próprio convento e tem a impressão de entrar em outro mundo. Esperemos que a meia hora que passamos aqui sirva para fazer crescer em nós o desejo de viver este instante.

1. Natal, mistério “por nós”
Em linha com o tema escolhido para estas meditações de Advento, nos dispomos em obter esta graça meditando sobre a presença e a obra do Espírito Santo na encarnação. No creio dizemos: “E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus, e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”.
Santo Agostinho distinguia dois modos de celebrar um acontecimento da história da salvação: no modo de mistério (“in sacramento”), ou no modo de simples aniversário. Na celebração no modo de aniversário, não se requer outro - dizia - senão que “indicar com uma solenidade religiosa o dia do ano em que recorre a memória do próprio acontecimento”; na celebração no modo de mistério “não somente se comemora um acontecimento, mas a comemoração é feita de forma tal que se entenda o seu significado para nós e que seja acolhido santamente” [1].
O Natal não é uma celebração “no modo de aniversário” (a escolha da data de 25 de dezembro não se deve, sabemos, a razões históricas, mas simbólicas e de conteúdo); é uma celebração “no modo de mistério” que exige, portanto, ser entendida no seu significado para nós. São Leão Magno já realçava o significado místico do “sacramento da natividade de Cristo” dizendo que “os filhos da Igreja foram gerados com Cristo em seu nascimento, como foram crucificados com ele na paixão e ressuscitados com ele na ressurreição” [2].
Na origem de tudo, existe o dado bíblico, concretizado, uma vez para sempre, em Maria: a Virgem torna-se Mãe de Jesus por obra do Espírito Santo. Tal mistério histórico, como todos os fatos da salvação, se prolonga a nível sacramental na Igreja e a nível moral na própria alma crente. Maria, Virgem e Mãe, que gera o Cristo por obra do Espírito Santo, aparece como o “tipo”, o exemplar perfeito, da Igreja e da alma do crente. Ouçamos como um autor da Idade Média, São Isaac de Estrela, sintetiza o pensamento dos Padres a este respeito:
“Maria e a Igreja são uma mãe e mais mães; uma virgem e mais virgens. Uma e outra mãe, uma e outra virgem... Por isto, nas Escrituras divinamente inspiradas, aquilo que se diz em modo universal da Virgem Mãe Igreja, é entendido em modo singular da Virgem Mãe Maria; e aquilo que se diz em modo especial de Maria é entendido em sentido geral da Virgem Mãe Igreja... Enfim, cada alma fiel, esposa do Verbo de Deus, mãe, filha e irmã de Cristo, é considerada ela mesma, a seu modo, virgem e fecunda. A própria sabedoria de Deus que é o Verbo do Pai aplica portanto universalmente à Igreja aquilo que se diz especialmente de Maria e singularmente também da alma fiel” [3].
Esta visão patrística foi trazida à luz no Concílio Vaticano II, nos capítulos que a Constituição Lumen Gentium dedica a Maria. Ali, de fato, em três parágrafos distintos, fala-se da Virgem Mãe Maria, como exemplar e modelo da Igreja (n. 63), chamada ela mesma a ser, na fé, virgem a mãe (n. 64) e da alma crente que, imitando as virtudes de Maria, faz nascer e crescer Jesus em seu coração e no coração dos irmãos (n. 65).


2. “Por obra do Espírito Santo”
Meditemos sucessivamente no papel de cada um dos protagonistas, o Espírito Santo e Maria, para depois procurar tirar algum ponto em vista de nosso Natal. Escreve Santo Ambrósio:
“É obra do Espírito Santo o parto da Virgem... Não podemos, portanto, duvidar que seja criador aquele Espírito que sabemos ser o Fautor da encarnação do Senhor... Se portanto a Virgem concebeu graças à obra e ao poder do Espírito, quem poderia negar que o Espírito é criador?” [4].
Ambrósio interpreta perfeitamente, neste texto, o papel que o Evangelho atribui ao Espírito Santo na encarnação, chamando-o, sucessivamente, Espírito Santo e Poder do Altíssimo (cf. Lc 1,35). Ele é o “Spiritus creator” que age para levar os seres à existência (como em Gênesis 1,2), para criar uma nova e mais elevada situação de vida; é o Espírito “que é Senhor e dá a vida”, como proclamamos no próprio símbolo de fé.
Também aqui, como no início, ele cria “do nada”, isto é, do vazio das possibilidades humanas, sem necessidade de alguma colaboração e de algum apoio. E este “nada”, este vazio, esta ausência de explicações e de causas naturais, se chama, no nosso caso, a virgindade de Maria: “Como é possível? Não conheço homem... O Espírito Santo descerá sobre ti” (Lc 1,34-35). A virgindade é aqui um sinal grandioso que não se pode eliminar ou tornar inútil, sem  romper todo o tecido da narrativa evangélica e o seu significado.
O Espírito que desce sobre Maria é, portanto, o Espírito criador que milagrosamente forma da Virgem a carne de Cristo; mas é também mais do que isto; além de “creator Spiritus”, ele é, para Maria, também “fons vivus, ignis, caritas, et spiritalis unctio”,  ou seja: água viva, fogo, amor e unção espiritual. Empobrece-se enormemente o mistério, se ele é reduzido somente à sua dimensão objetiva, isto é, às suas implicações dogmáticas (dualidade das naturezas, unidade da pessoa), negligenciando os seus aspectos subjetivos e existenciais.
São Paulo fala de uma “carta de Cristo escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração” (2 Cor 3,3). O Espírito Santo escreveu esta carta maravilhosa que é Cristo antes de tudo no seio de Maria - de modo que - como disse Santo Agostinho – “enquanto a carne de Cristo se formava no seio de Maria, a verdade de Cristo era impressa no coração de Maria” [5]. O dito famoso do próprio Agostinho segundo o qual Maria “concebeu Cristo antes no coração que no corpo” (“prius concepit mente quam corpore”) significa que o Espírito Santo agiu no coração de Maria iluminando-o e inflamando-o de Cristo, antes ainda que no seio de Maria, preenchendo-a de Cristo.
A encarnação foi vivida por Maria como um evento carismático no sumo grau que a torna modelo da alma “fervorosa no Espírito” (Rm 12,11). Foi o seu Pentecostes. Muitos gestos e palavras de Maria, sobretudo na narrativa da visita a Santa Isabel, não se compreende, se não se olha para eles nesta luz de uma experiência mística  sem comparações. Tudo o que vemos agir visivelmente em uma pessoa visitada pela graça (amor, alegria, paz, luz) devemos reconhecer em medida única, em Maria na anunciação. Maria experimentou, por primeira, “a sóbria emoção do Espírito” da qual falamos na vez passada e o Magnificat é disto o melhor testemunho.
Trata-se, porém, de uma emoção “sóbria”, isto é, humilde. A humildade de Maria depois da Encarnação nos aparece como um dos milagres maiores da graça divina. Como pode Maria manter-se com o peso deste pensamento: “Tu és a Mãe de Deus! Tu és a mais elevada das criaturas”? Lúcifer não resistiu a esta tensão e, tomado pela vertigem da própria altura, caiu. Maria não; ela permanece humilde, modesta, como se nada tivesse acontecido na sua vida pelo qual deveria avançar em suas pretensões. Em uma ocasião, o Evangelho mostra isto ao mendigar aos outros até mesmo a possibilidade de ver seu Filho: “Tua mãe e teus irmãos, dizem a Jesus, estão lá fora e querem ver-te” (Lucas 8,20).

3. Theotokos, Mãe de Deus!
Refaçamos velozmente o caminho histórico, através do qual a Igreja chegou a contemplar, na sua plena luz, esta maravilhosa verdade: Mãe de Deus! Uma criatura, mãe do Criador! “Virgem Mãe, filha de teu Filho - humilde e alta mais do que a criatura”: assim a saúda São Bernardo na Divina Comédia de Dante Alighieri! [6].
No início e por todo o período dominado pela luta contra a heresia gnóstica e docetista, a maternidade de Maria é vista quase somente como maternidade física, ou biológica. Estes heréticos negavam que Cristo tivesse um verdadeiro corpo humano, ou, se o tivesse, que este corpo humano fosse nascido de uma mulher, ou, se era nascido de uma mulher, que fosse da carne e do sangue dela. Contra eles, era necessário portanto afirmar com força que Jesus era filho de Maria e “fruto de seu ventre” (Lc 1,42), e que Maria era verdadeira e natural Mãe de Jesus.
Nesta fase antiga, em que se afirma a maternidade real ou natural de Maria contra os gnósticos e os docetistas, aparece, com Orígenes no século III, o título de Theotókos. A partir de então, será precisamente o uso deste título a conduzir a Igreja na descoberta de uma maternidade divina mais profunda, que poderíamos chamar metafísica, enquanto relativa à pessoa do Verbo.
Acontece durante a época das grandes controvérsias cristológicas do século V, quando o problema central,  sobre Jesus Cristo, não é mais aquele de sua verdadeira humanidade, mas aquele da unidade da sua pessoa. A maternidade de Maria não é mais vista somente em referência à natureza humana de Cristo, mas, como é mais correto, em referência à única pessoa do Verbo feito homem. E assim como esta única pessoa que Maria gera não é outra que a pessoa divina do Filho, por consequência ela aparece verdadeira “Mãe de Deus”.
Entre Maria e Cristo, não existe mais somente uma relação de ordem física, mas também de ordem metafísica, e isto a coloca em uma altura vertiginosa, criando uma relação singular também entre ela e o Pai celeste. Santo Inácio de Antioquia chama Jesus “Filho de Deus e de Maria” [7], quase como dizemos de uma pessoa que é filho do tal e da tal. Com o Concílio de Éfeso, esta verdade torna-se para sempre uma conquista da Igreja: “Se alguém - lê-se em um texto por ele aprovado - não confessa que Deus é realmente o Emanuel e que por isto a Santa Virgem, tendo gerado segundo a carne o Verbo de Deus feito carne, é a Theotókos, seja anátema” [8].
Mas também este objetivo não era definitivo. Havia um outro nível a ser descoberto na maternidade divina de Maria, depois do físico e do metafísico. Nas controvérsias cristológicas, o título de Theotókos era valorizado mais em função da pessoa de Cristo que da pessoa de Maria, mesmo sendo um título mariano. De tal título não se tiravam ainda as consequências lógicas relativas à pessoa de Maria e, em particular, à sua santidade única.
O título de Theotókos, corria o risco de se tornar uma arma de batalha entre correntes opostas teológicas, antes que a expressão da fé e da piedade da Igreja por Maria. Demonstra isto um particular desgostoso que não é silenciado. Precisamente Cirilo Alexandrino, que se bateu como um leão pelo título de Theotokos, é o homem que representa, entre os Padres da Igreja, um singular disparate em relação à santidade de Maria. Ele esteve entre os pouquíssimos a admitir francamente as fraquezas e defeitos na vida de Maria. “O Senhor - escreve - devia, naquele momento, prover à Mãe que tinha caído no escândalo e não havia compreendido a paixão, e o fez confiando a João, como a um ótimo mestre que a corrigisse” [9].
Não podia admitir que uma mulher, mesmo sendo a Mãe de Jesus, pudesse ter tido uma fé maior que a dos apóstolos que, mesmo sendo homens, vacilaram no momento da paixão! São palavras que derivam do desprezo geral pela mulher no mundo antigo e que mostram quão pouco se beneficiaria em reconhecer em Maria uma maternidade física e metafísica em relação a Jesus, se não se reconhecesse nela também uma maternidade espiritual, isto é, do coração, além que do corpo.
Aqui se coloca a grande abordagem dos autores latinos, e em particular de Santo Agostinho, no desenvolvimento da mariologia. A maternidade de Maria é vista por ele como uma maternidade na fé. A propósito da palavra de Jesus: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a colocam em prática” (Lc 8,21), Agostinho escreve:
“Porventura não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que pela fé acreditou, pela fé concebeu, que foi escolhida para que dela nascesse para os homens a salvação, que foi criada por Cristo, antes que nela fosse criado Cristo? É certo que fez a vontade do Pai santa Maria e por isto é coisa maior para Maria ter sido discípula de Cristo, que ter sido Mãe de Cristo” [10].
Esta última ousada afirmação baseia-se na resposta que Jesus deu à mulher que proclamava "bem-aventurada" a mãe por tê-lo levado no seio e amamentado: "Bem-aventurados antes aqueles que ouvem a palavra de Deus e a colocam em prática" (Lc 11,27-28).
A maternidade física de Maria e a metafísica vêm agora coroadas pelo reconhecimento de uma maternidade espiritual, ou de fé, que faz de Maria a primeira e a mais dócil discípula de Cristo. O fruto mais belo deste novo olhar sobre aa Virgem é a importância que assume o tema da “santidade” de Maria. Dela - escreve ainda Santo Agostinho – “por honra devida ao Senhor, não se deve nem mesmo fazer menção quando se fala de pecado” [11]. A Igreja latina exprimirá esta prerrogativa com o título de "Imaculada" a e Igreja grega com o de “Toda Santa” (Panhagia).

4. O terceiro nascimento de Jesus
Agora busquemos ver o que “o mistério” do nascimento de Jesus por obra do Espírito Santo pela Virgem Maria significa “para nós”. Existe um pensamento ousado sobre o Natal que é ressaltado de tempos em tempos pela boca dos grandes doutores e mestres do espírito da Igreja: Orígenes, Santo Agostinho, São Bernardo e outros ainda. Ele, em substância, diz assim: “Que benefício tenho que Cristo tenha nascido uma vez em Belém de Maria, se ele não nasce pela fé também em meu coração?” [12]. “Onde é que Cristo nasce, no sentido mais profundo, se não no teu coração e na tua alma?”, escreve Santo Ambrósio [13].
São Tomás de Aquino recolhe a tradição constante da Igreja quando explica as três Missas que se celebram no Natal em referência ao tríplice nascimento do Verbo: aquele eterno do Pai, o temporal da Virgem e o espiritual na alma do crente [14]: “O Verbo de Deus, escreve São Máximo Confessor, quer repetir em todos os homens o mistério da sua encarnação” [15]. Fazendo eco a esta tradição, São João XXIII, na mensagem de Natal de 1962, elevava esta ardente oração: “Que o Verbo eterno do Pai, Filho de Deus e de Maria, renove também hoje, no segredo das almas, o admirável prodígio de teu nascimento”.
O Espírito Santo nos convida, portanto, a “retornar ao coração”, para celebrar nele um Natal mais íntimo e mais verdadeiro, que torne “verdadeiro” também o Natal que celebramos externamente, nos ritos e nas tradições. O Pai quer gerar em nós o seu Verbo para poder pronunciar, sempre de novo, voltado a Jesus e a nós junto, aquela dulcíssima palavra: “Tu és o meu Filho; hoje eu te gerei” (Heb 1,5). Jesus mesmo deseja nascer em nosso coração. É assim que devemos pensar nele na fé: como se, nestes últimos dias do Advento, ele passasse em meio a nós e batesse de porta em porta, como naquela noite em Belém, em busca de um coração onde nascer espiritualmente.
Retornemos ao pensamento inicial desta meditação. No Natal há diversos anos participava da Missa da meia-noite presidida por João Paulo II em São Pedro. Chegou o momento do canto da Kalenda, isto é, a solene proclamação do nascimento do Salvador. Nela se diz:
"Muitos séculos da criação do mundo...
Treze séculos depois da saída do Egito...
Na 194ª Olimpíada,
No ano 752  da fundação de Roma...
No 42° ano do Império de César Augusto,
Jesus Cristo, Deus eterno e Filho do eterno, Pai, tendo sido concebido por obra do Espírito Santo, transcorridos nove meses, nasce em Belém da Judeia da Virgem Maria, feito homem”.
Chegando a estas últimas palavras provou uma improvisa clareza interior, teve o “instante” de tomada de consciência do qual falava no início. Dizia para mim: “É verdade! É tudo verdadeiro aquilo que se está cantando! Aconteceu o evento absoluto que torna todos os outros eventos da história relativos. Obrigado, Santíssima Trindade, e obrigado também a ti, Santa Mãe de Deus!”.
Terminemos recitando juntos a oração encontrada em um papiro grego que alguns datam até mesmo ao século III d.C., em que a Virgem Maria é invocada com o título de Theotokos, Dei genitrix, Mãe de Deus:
Sub tuum praesidium confugimus, Sancta Dei Genetrix.
Nostras deprecationes ne despiciais in necessitatibus,
sed a periculis cunctis libera nos semper,
Virgo gloriosa et benedicta.
Sob a tua proteção buscamos refúgio,
Santa Mãe de Deus:
não desprezes as súplicas de nós que estamos na prova,
mas de todos os perigos, liberta-nos sempre,
Ó Virgem gloriosa e bendita.
Santo Padre, Veneráveis Padres, irmãos e irmãs. Bom Natal!


[1] S. Agostino, Epistola 55,1,2 (CSEL, 34,1, p.170)
[2] S. Leão Magno, Sermone VI de Natal, 2 (PL 54,213)
[3] Isaac de Estrela, Sermo 51; PL 194, 1893. 1865.
[4] S. Ambrogio, De Spiritu Sancto, 11, 40-43
[5] S. Agostino, Sermo Denis, 25,7; PL 46,938.
[6] Dante, Par. XXXIII,1
[7] S. Ignazio de Antioquia, Efésios 7,22.
[8] S. Cirillo Al., Anatematismo I contro Nestorio (DS, nr. 252)
[9] S. Cirillo Al., In Johannem. XII, 19-25-27 (PG 74,661-665)
[10] S. Agostino, Discursi 72 A (Miscellanea Agostiniana, I, p. 162).
[11] S. Agostino, Natura e Grazia, 36,42 (CSEL, p. 263s.)
[12] Cf. per es. Origene, Commento al Vangelo di Luca, 22,3 (SCh 87, p.302)
[13] S. Ambrogio, In Lucam, 11,38.
[14] S. Tommaso d'Aquino, S. Th. III, q. 83,2.
[15] S. Massimo Confessore, Ambigua (PG 91,1084)


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