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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Ângelus: XXV Domingo do Tempo Comum - Ano C

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 18 de setembro de 2016

Bom dia, amados irmãos e irmãs!
Hoje Jesus leva-nos a refletir sobre dois estilos de vida opostos entre si: o mundano e o evangélico. O espírito do mundo não é o espírito de Jesus. E fá-lo mediante a narração da parábola do administrador infiel e corrupto, que é elogiado por Jesus não obstante a sua desonestidade (Lc 16,1-13). É necessário esclarecer imediatamente que este administrador não é apresentado como modelo a seguir, mas como exemplo de astúcia. Este homem é acusado de má gestão dos negócios do seu patrão e, antes de ser afastado, procura astutamente conquistar a benevolência dos devedores, perdoando-lhes uma parte da dívida para assegurar assim um futuro. Comentando este comportamento, Jesus observa: «Os filhos deste mundo são mais prudentes do que os filhos da luz no tratamento dos seus semelhantes» (v. 8).

A esta astúcia mundana nós somos chamados a responder com a astúcia cristã, que constitui um dom do Espírito Santo. Trata-se de se afastar do espírito e dos valores do mundo, que tanto agradam ao diabo, para viver segundo o Evangelho. E como se manifesta a mundanidade? A mundanidade manifesta-se com atitudes de corrupção, de engano e de opressão, constituindo o caminho mais errado, a senda do pecado, porque uma leva à outra! É como uma corrente, não obstante geralmente- é verdade! - seja o caminho mais fácil de percorrer. Ao contrário, o espírito do Evangelho exige um estilo de vida sério - sério mas alegre, repleto de júbilo! - sério e exigente, caracterizado pela honestidade, pela justiça, pelo respeito dos outros e da sua dignidade, pelo sentido do dever. Eis no que consiste a astúcia cristã!

O percurso da vida comporta necessariamente uma opção entre dois caminhos: entre honestidade e desonestidade, entre fidelidade e infidelidade, entre egoísmo e altruísmo, entre bem e mal. Não se pode oscilar entre uma e outra, porque se movem segundo lógicas diferentes e contrastantes. Ao povo de Israel, que caminhava por estas duas veredas, o profeta Elias dizia: «Vós claudicais com os dois pés!» (1Rs 18,21). É uma imagem bonita! É importante decidir que rumo tomar e depois, uma vez escolhida a direção certa, caminhar com impulso e determinação, confiando-se à graça do Senhor e ao amparo do seu Espírito. A conclusão deste trecho evangélico é forte e categórica: «Nenhum servo pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de estimar um e desprezar o outro» (Lc 16,13).

Com este ensinamento, hoje Jesus exorta-nos a fazer uma escolha clara entre Ele e o espírito do mundo, entre a lógica da corrupção, da opressão e da avidez, e aquela da retidão, da mansidão e da partilha. Alguns comportam-se com a corrupção como com a droga: pensa que a pode usar e abandonar quando quiser. Começa-se com pouco: uma gorjeta aqui, um suborno ali... E entre esta e aquela, lentamente, perde-se a própria liberdade. Também a corrupção produz dependência, gerando pobreza, exploração e sofrimento. E quantas vítimas existem no mundo de hoje! Quantas vítimas desta corrupção difundida! Ao contrário, quando procuramos seguir a lógica evangélica da integridade, da transparência de intenções e comportamentos, da fraternidade, tornamo-nos artífices de justiça e abrimos horizontes de esperança para a humanidade. Assim, na doação gratuita e na entrega de nós mesmos aos irmãos, servimos o Senhor justo: Deus!

A Virgem Maria nos ajude a escolher em cada ocasião, e custe o que custar, o caminho reto, encontrando também a coragem de ir contra a corrente, para seguir Jesus e o seu Evangelho.


Fonte: Santa Sé.

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