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terça-feira, 10 de novembro de 2015

Ângelus do Papa: Solenidade de Todos os Santos 2015

Solenidade de Todos os Santos
Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 1° de novembro de 2015

Amados irmãos e irmãs, bom dia e boa festa!
Na celebração de hoje, Solenidade de Todos os Santos, sentimos particularmente viva a realidade da comunhão dos santos, a nossa grande família, formada por todos os membros da Igreja, quer pelos que ainda são peregrinos na terra, quer por aqueles - imensamente mais numerosos - que já a deixaram e foram para o Céu. Estamos todos unidos, e isto chama-se «comunhão dos santos», ou seja, a comunidade de todos os batizados.

Na Liturgia, o Livro do Apocalipse recorda a característica essencial dos santos e diz assim: eles são pessoas que pertencem totalmente a Deus. Apresenta-os como uma multidão imensa de «eleitos», vestidos de branco e marcados pelo «selo de Deus» (Ap 7,2-4.9-14). Mediante este último pormenor, com linguagem alegórica é frisado que os santos pertencem a Deus de modo pleno e exclusivo, são sua propriedade. E que significa ter o selo de Deus na própria vida e pessoa? Diz-nos ainda o Apóstolo João: significa que em Jesus Cristo nos tornamos verdadeiramente filhos de Deus (1Jo 3,1-3).

Estamos cientes deste grande dom? Todos somos filhos de Deus! Recordamo-nos de que no Batismo recebemos o «selo» do nosso Pai celeste e tornamo-nos seus filhos? Para o dizer de maneira simples: temos o sobrenome de Deus, o nosso sobrenome é Deus, porque somos filhos de Deus. Encontra-se aqui a raiz da vocação para a santidade! E os santos que hoje recordamos são precisamente aqueles que viveram na graça do seu Batismo, conservaram íntegro o «selo» comportando-se como filhos de Deus, procurando imitar Jesus; e agora alcançaram a meta, porque finalmente «veem Deus tal como ele é».

Uma segunda característica típica dos santos é que são exemplos para imitar. Prestemos atenção: não só os que foram canonizados, mas os santos, por assim dizer, «da porta ao lado», que, com a graça de Deus, se esforçaram por praticar o Evangelho na normalidade da sua vida. Santos assim também nós os encontramos; talvez tenhamos tido algum na família, ou entre os amigos e conhecidos. Devemos estar-lhes gratos, e sobretudo devemos estar gratos a Deus que no-los doou, que os colocou próximos de nós, como exemplos vivos e contagiosos do modo de viver e de morrer na fidelidade ao Senhor Jesus e ao seu Evangelho. Quantas pessoas boas encontrámos e conhecemos, e dizemos: «Mas esta pessoa é um santo!», dizemo-lo, vem-nos espontâneo. Estes são os santos da porta ao lado, os não canonizados mas que vivem conosco.

Imitar os seus gestos de amor e de misericórdia é um pouco como perpetuar a sua presença neste mundo. E com efeito aqueles gestos evangélicos são os únicos que resistem à destruição da morte: um acto de ternura, uma ajuda generosa, um tempo passado a ouvir, uma visita, uma boa palavra, um sorriso... Aos nossos olhos estes gestos podem parecer insignificantes, mas aos olhos de Deus são eternos, porque o amor e a compaixão são mais fortes que a morte.

A Virgem Maria, Rainha de Todos os Santos, nos ajude a ter mais confiança na graça de Deus, para caminhar com entusiasmo pela vereda da santidade. Confiemos à nossa Mãe o nosso compromisso diário, e peçamos-lhe também pelos nossos queridos defuntos, com a profunda esperança de nos encontrarmos um dia, todos juntos, na comunhão gloriosa do Céu.


Fonte: Santa Sé.

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