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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Ângelus: XXVII Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 04 de outubro de 2015

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Concluiu-se há pouco, na Basílica de São Pedro, a Celebração Eucarística mediante a qual demos início à Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Provenientes de todas as partes do mundo e congregados ao redor do Sucessor de Pedro, os Padres sinodais meditarão durante três semanas sobre a vocação e a missão da família na Igreja e na sociedade, para um atento discernimento espiritual e pastoral. Manteremos o olhar fixo em Jesus para identificar, com base no seu ensinamento de verdade e de misericórdia, os caminhos mais oportunos para um compromisso adequado da Igreja com as famílias e em prol das famílias, a fim de que o desígnio originário do Criador sobre o homem e a mulher possa realizar-se e desenvolver-se em toda a sua beleza e força no mundo de hoje.

A Liturgia deste domingo volta a propor precisamente o texto fundamental do Livro do Gênesis sobre a complementaridade e reciprocidade entre o homem e a mulher (cf. Gn 2,18-24). Por isso - diz a Bíblia - o homem deixa o seu pai e a sua mãe e une-se à sua esposa, e os dois tornam-se uma só carne, ou seja uma única vida, uma só existência (v. 24). Em tal unidade, os cônjuges transmitem a vida a novos seres humanos: tornam-se pais. Participam no poder criador do próprio Deus. Mas atenção! Deus é amor, e nós participamos na sua obra quando amamos com Ele e como Ele. Tendo em vista esta finalidade - diz são Paulo - o amor foi derramado nos nossos corações por meio do Espírito Santo, que nos foi conferido (Rm 5,5). E este é também o amor oferecido aos esposos no Sacramento do Matrimônio. É o amor que alimenta o seu relacionamento, através de alegrias e dores, de momentos tranquilos e difíceis. É o amor que suscita o desejo de gerar filhos, de os esperar, acolher, criar e educar. É o próprio amor que, no Evangelho de hoje, Jesus manifesta às crianças: «Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham» (Mc 10,14).

Hoje, peçamos ao Senhor que todos os pais e educadores do mundo, assim como a sociedade inteira, se tornem instrumentos daquele acolhimento e daquele amor com os quais Jesus abraça os mais pequeninos. Ele fita os seus corações com a ternura e a solicitude de um pai e, ao mesmo tempo, de uma mãe. Penso nas numerosas crianças famintas, abandonadas, exploradas, obrigadas à guerra, desprezadas. É doloroso ver imagens de crianças infelizes, com o olhar perdido, que fogem da pobreza e dos conflitos, que batem às nossas portas, à porta dos nossos corações implorando ajuda. Que o Senhor nos ajude a não ser sociedades-fortaleza, mas sociedades-família, capazes de acolher, com regras adequadas, mas acolher, acolher sempre com amor!

Convido-vos a sustentar com a oração os trabalhos do Sínodo, a fim de que o Espírito Santo torne os Padres sinodais plenamente dóceis às suas inspirações. Invoquemos a intercessão maternal da Virgem Maria, unindo-nos espiritualmente a quantos, neste momento, no Santuário de Pompeia, recitam a «Súplica a Nossa Senhora do Rosário».


Fonte: Santa Sé.

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