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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Ângelus: Solenidade da Assunção de Maria 2015

Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria
Papa Francisco
Ângelus
Sábado, 15 de agosto de 2015

Amados irmãos e irmãs, bom dia e feliz festa de Nossa Senhora!
Hoje a Igreja celebra uma das festas mais importantes dedicadas à Bem-Aventurada Virgem Maria: a solenidade da sua Assunção. No final da sua vida terrena, a Mãe de Cristo foi elevada de alma e corpo ao Céu, ou seja, à glória da vida eterna, em plena comunhão com Deus.

A página evangélica de hoje (Lc 1,39-56) apresenta-nos Maria que, imediatamente depois de ter concebido por obra do Espírito Santo, vai visitar a sua idosa parente Isabel, também ela milagrosamente à espera de um filho. Neste encontro repleto de Espírito Santo, Maria exprime a sua alegria com o cântico do Magnificat, porque adquiriu plena consciência do significado das maravilhas que se realizam na sua vida: é através dela que alcança o seu cumprimento toda a expectativa do seu povo.

Contudo, o Evangelho mostra-nos também qual é o motivo mais verdadeiro da grandeza de Maria e da sua bem-aventurança: o motivo é a fé! Com efeito, Isabel saúda-a com as seguintes palavras: «Bem-aventurada és Tu que creste, porque se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!» (Lc 1,45). A fé é o âmago de toda a história de Maria; Ela é a crente, a grande crente! Ela sabe e di-lo que sobre a história pesam a violência dos prepotentes, o orgulho dos ricos, a arrogância dos soberbos. No entanto, Maria acredita e proclama que Deus não deixa sozinhos os seus filhos, humildes e pobres, mas socorre-os com misericórdia e solicitude, derrubando os poderosos dos seus tronos e dispersando os orgulhosos nas tramas dos seus corações. Esta é a fé da nossa Mãe, esta é a fé de Maria!

O cântico de Nossa Senhora, permite-nos também intuir o sentido completo da vicissitude de Maria: se a misericórdia do Senhor é o motor da história, então não podia «conhecer a corrupção do sepulcro Aquela que gerou o Senhor da vida» (Prefácio). Tudo isto não se refere unicamente a Maria. As «maravilhas» que o Todo-Poderoso realizou nela tocam-nos profundamente, falam-nos da nossa viagem na vida, recordam-nos a meta que nos espera: a casa do Pai. A nossa existência, vista à luz de Maria elevada ao Céu, não é um perambular sem sentido, mas uma peregrinação que, apesar de todas as suas incertezas e sofrimentos, tem uma meta segura: a casa do nosso Pai, que nos espera com amor. É bom pensar nisto: nós temos um Pai que nos espera com amor, e também a nossa Mãe Maria está lá em cima e nos aguarda com amor.

Mas enquanto a vida passa, Deus faz resplandecer «para o seu povo, peregrino sobre a terra, um sinal de consolação e de esperança segura» (ibid.). Aquele sinal tem um rosto e um nome: o rosto luminoso da Mãe do Senhor, o nome abençoado de Maria, cheia de graça, bem-aventurada porque acreditou na palavra do Senhor: a grande crente! Como membros da Igreja, estamos destinados a participar na glória da nossa Mãe porque, graças a Deus, também nós cremos no sacrifício de Cristo na cruz e, mediante o Baptismo, estamos inseridos neste mistério de salvação.

Hoje oremos todos juntos a Ela a fim de que, enquanto percorremos o nosso caminho nesta terra, nos dirija o seu olhar misericordioso, ilumine a nossa vereda, nos indique a meta e, depois deste exílio, nos mostre Jesus, fruto abençoado do seu seio. E juntos digamos: ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria!


Fonte: Santa Sé.

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