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sábado, 20 de setembro de 2014

Ângelus do Papa: Festa da Exaltação da Santa Cruz 2014

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 14 de setembro de 2014

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
A 14 de setembro a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Talvez alguma pessoa não cristã nos pergunte: por que «exaltar» a cruz? Podemos responder que não exaltamos uma cruz qualquer, ou todas as cruzes: exaltamos a Cruz de Jesus, porque nela se revelou ao máximo o amor de Deus pela humanidade. É o que nos recorda o Evangelho de João na Liturgia de hoje: «Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho Unigênito, para que não morra todo o que n’Ele crer, mas tenha a vida eterna » (Jo 3,16). O Pai «deu» o Filho para nos salvar, e isto significou a morte de Jesus, e morte de cruz. Por quê? Por que foi necessária a Cruz? Por causa da gravidade do mal que nos mantinha escravos. A Cruz de Jesus exprime as duas coisas: toda a força negativa do mal e toda a mansidão onipotente da misericórdia de Deus. A Cruz parece decretar a derrota de Jesus, mas na realidade marca a sua vitória. No Calvário, quantos O escarneciam dizendo: «Se és Filho de Deus, desce da cruz» (Mt 27,40). Mas era verdade o contrário: precisamente porque era o Filho de Deus, Jesus estava ali, na cruz, fiel até ao fim ao desígnio de amor do Pai. E precisamente por isto Deus O «exaltou» (Fl 2,9), conferindo-lhe uma realeza universal.

Quando dirigimos o olhar para a Cruz onde Jesus foi pregado, contemplamos o sinal do amor, do amor infinito de Deus por cada um de nós e a raiz da nossa salvação. Daquela Cruz brota a misericórdia do Pai que abraça o mundo inteiro. Por meio da Cruz de Cristo o maligno é vencido, a morte é derrotada, a vida nos é doada, a esperança nos é restituída. Isto é importante: por meio da Cruz de Cristo nos é restituída a esperança. A Cruz de Jesus é a nossa única esperança verdadeira! Eis por que a Igreja «exalta» a Santa Cruz, e eis por que nós, cristãos, abençoamos com o sinal da cruz. Ou seja, nós não exaltamos as cruzes, mas a Cruz gloriosa de Jesus, sinal do amor imenso de Deus, sinal da nossa salvação e caminho rumo à Ressurreição. E é esta a nossa esperança.

Ao contemplar e celebrar a Santa Cruz, pensamos com emoção nos tantos irmãos e irmãs nossos que são perseguidos e assassinados por causa da sua fidelidade a Cristo. Isto acontece especialmente onde a liberdade religiosa ainda não está garantida ou plenamente realizada. Mas acontece também em países e ambientes que em princípio tutelam a liberdade e os direitos humanos, mas onde concretamente os crentes, e sobretudo os cristãos, encontram limites e discriminações. Por isso hoje os recordamos e rezamos de modo particular por eles.

No Calvário, aos pés da cruz, estava a Virgem Maria (Jo 19,25-27). É a Virgem das Dores, que amanhã celebraremos na Liturgia. A ela confio o presente e o futuro da Igreja, para que todos saibam descobrir e acolher sempre a mensagem de amor e de salvação da Cruz de Jesus. Confio-lhe em particular os casais que tive a alegria de unir em Matrimônio esta manhã na Basílica de São Pedro.


Fonte: Santa Sé.

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