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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Ângelus do Papa: V Domingo da Quaresma - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
V Domingo da Quaresma, 06 de abril de 2014

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste V Domingo de Quaresma nos narra a ressurreição de Lázaro. É o ápice dos «sinais» prodigiosos realizados por Jesus: trata-se de um gesto muito, demasiado grande, claramente divino para ser tolerado pelos sumos sacerdotes, os quais, tendo sabido do fato, tomaram a decisão de matar Jesus (cf. Jo 11,53).

Lázaro já estava morto há três dias; e às irmãs Marta e Maria Ele disse palavras que se gravaram para sempre na memória da comunidade cristã. Jesus diz assim: «Eu sou a ressurreição e a vida; quem acredita em Mim, mesmo morrendo, viverá; todo aquele que vive e crê em Mim, não morrerá eternamente» (Jo 11,25). Sobre esta Palavra do Senhor nós acreditamos que a vida de quem crê em Jesus e segue os seus mandamentos, depois da morte será transformada numa vida nova, plena e imortal. Assim como Jesus ressuscitou com o próprio corpo, mas não voltou a uma vida terrena, também nós ressurgiremos com os nossos corpos que serão transfigurados em corpos gloriosos. Ele espera por nós junto do Pai, e a força do Espírito Santo, que O ressuscitou, ressuscitará também quem estiver unido a Ele.

Diante do túmulo fechado do amigo Lázaro, Jesus «bradou em voz alta: Lázaro, sai para fora! E o morto saiu, com os pés e as mãos ligados com faixas, e o rosto coberto com um sudário» (vv. 43-44). Este brado peremptório é dirigido a cada homem, porque todos estamos marcados pela morte, todos nós; é a voz d’Aquele que é o dono da vida e quer que todos «a tenhamos em abundância» (Jo 10,10). Cristo não se resigna com os sepulcros que nos construímos com as nossas escolhas de mal e de morte, com os nossos erros, com os nossos pecados. Ele não se resigna a isto! Ele convida-nos, quase nos ordena, que saiamos do túmulo no qual os nossos pecados nos fizeram cair. Chama-nos insistentemente a sair da escuridão da prisão na qual nos fechamos, contentando-nos com uma vida falsa, egoísta, medíocre. «Sai!», diz-nos, «Sai!». É um bom convite à verdadeira liberdade, a deixar-nos alcançar por estas palavras de Jesus que hoje repete a cada um de nós. Um convite a deixar-nos libertar das «faixas», das faixas do orgulho. Porque o orgulho torna-nos escravos, escravos de nós mesmos, escravos de tantos ídolos, de tantas coisas. A nossa ressurreição começa por aqui: quando decidimos obedecer a este mandamento de Jesus saindo para a luz, para a vida; quando caem do nosso rosto as máscaras - muitas vezes nós estamos mascarados pelo pecado, as máscaras devem cair! - e não encontramos a coragem do nosso rosto original, criado à imagem e semelhança de Deus.

O gesto de Jesus que ressuscita Lázaro mostra até onde pode chegar a força da Graça de Deus, e portanto até onde pode chegar a nossa conversão, a nossa mudança. Mas reparai: não há limite algum à misericórdia divina oferecida a todos! Não há limite algum à misericórdia divina oferecida a todos! Recordai-vos bem desta frase. E podemos dizê-la todos juntos: «Não há limite algum à misericórdia divina oferecida a todos». Digamo-lo juntos: «Não há limite algum à misericórdia divina oferecida a todos». O Senhor está sempre pronto a levantar a pedra do sepulcro dos nossos pecados, que nos separa d’Ele, a luz dos vivos.


Fonte: Santa Sé.

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