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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Ângelus do Papa: III Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 26 de janeiro de 2014

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste domingo narra o início da vida pública de Jesus nas cidades e aldeias da Galileia (Mt 4,12-23). A sua missão não começa em Jerusalém, ou seja, no centro religioso, social e político, mas numa zona periférica, uma região desprezada pelos judeus mais observantes, devido à presença naquela região de diversas populações estrangeiras; por isto o profeta Isaías a indica como «Galileia das nações» (Is 8,23).

É uma terra de fronteira, uma zona de trânsito na qual se encontram pessoas diversas por raça, cultura e religião. A Galileia torna-se assim o lugar simbólico devido à abertura a todos os povos. Sob este ponto de vista, a Galileia assemelha-se ao mundo de hoje: co-presença de diversas culturas, necessidade de confronto e necessidade de encontro. Também nós estamos imersos todos os dias em uma «Galileia das nações», e neste tipo de contexto podemos assustar-nos e ceder à tentação de construir recintos para estarmos mais seguros, mais protegidos. Mas Jesus ensina-nos que a Boa Nova, que Ele traz, não está reservada a uma parte da humanidade, deve ser comunicada a todos. É um feliz anúncio destinado a quantos o esperam, mas também a quantos talvez já não esperem mais nada, nem sequer têm a força para procurar e perguntar.

Partindo da Galileia, Jesus ensina que ninguém está excluído da salvação de Deus, aliás, que Deus prefere partir da periferia, dos últimos, para alcançar a todos. Ensina-nos um método, o seu método, que, contudo, expressa o conteúdo, ou seja, a misericórdia do Pai. «Cada cristão e cada comunidade discernirá qual é o caminho que o Senhor pede, mas todos estamos convidados a aceitar esta chamada. Sair do próprio conforto e ter a coragem de chegar a todas as periferias que precisam da luz do Evangelho» (Exortação Apostólica Evangelii gaudium, n. 20).

Jesus começa a sua missão não só por um lugar descentralizado, mas também por homens que se diriam, pode-se dizer assim, «de perfil baixo». Para escolher os seus primeiros discípulos e futuros apóstolos, não se dirige às escolas dos escribas e dos doutores da Lei, mas às pessoas humildes e simples, que se preparam com empenho para a vinda do Reino de Deus. Jesus vai chamá-los lá onde eles trabalham, nas margens do lago: são pescadores. Chama-os e eles seguem-no, imediatamente. Deixam as redes e vão com Ele: a sua vida tornar-se-á uma aventura extraordinária e fascinante.

Queridos amigos e amigas, o Senhor chama também hoje! O Senhor passa pelas estradas da nossa vida diária. Também hoje neste momento, aqui, o Senhor passa pela praça. Chama-nos para andar com Ele, para trabalhar com Ele pelo Reino de Deus, nas «Galileias» dos nossos tempos. Cada um de vós pense: o Senhor passa hoje, o Senhor olha para mim, observa-me! Que me diz o Senhor? E se algum de vós sente que o Senhor lhe diz «segue-me» seja corajoso, vá com o Senhor. O Senhor nunca desilude. Ouvi no vosso coração se o Senhor vos chama para o seguir. Deixemo-nos alcançar pelo seu olhar, pela sua voz, e sigamo-lo! «Para que a alegria do Evangelho chegue até aos extremos confins da terra e nenhuma periferia seja privada da sua luz» (ibid., n. 288).


Fonte: Santa Sé.

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