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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Ângelus do Papa: Batismo do Senhor - Ano A

Festa do Batismo do Senhor
Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 12 de janeiro de 2014

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje é a Festa do Batismo do Senhor, e pela manhã batizei trinta e dois recém-nascidos. Dou graças ao Senhor, juntamente convosco, por estas criaturas e por cada nova vida. Eu gosto de batizar crianças. Gosto muito! Cada criança que nasce é um dom de alegria e de esperança, e cada criança que é batizada constitui um prodígio da fé e uma festa para a família de Deus.

A página do Evangelho de hoje ressalta que, quando Jesus recebeu o batismo de João no rio Jordão, «eis que os céus se lhe abriram» (Mt 3,16). Isto realiza as profecias. Com efeito, há uma invocação que a Liturgia nos faz repetir no tempo de Advento: «Oh! Se rasgásseis os céus, se descêsseis!» (Is 64,1). Se os céus permanecessem fechados, o nosso horizonte nesta vida terrena seria obscuro, sem esperança. Ao contrário, celebrando o Natal, a fé confere-nos mais uma vez a certeza de que os céus se rasgaram com a vinda de Jesus. E no dia do batismo de Cristo ainda contemplamos os céus abertos. A manifestação do Filho de Deus na terra assinala o início do grande tempo da misericórdia, depois que o pecado tinha fechado os céus, elevando como que uma barreira entre o ser humano e o seu Criador. Com o nascimento de Jesus abrem-se os céus! Deus concede-nos em Cristo a garantia de um amor indestrutível. Portanto, desde que o Verbo se fez carne é possível ver os céus abertos. Foi possível para os pastores de Belém, para os Magos do Oriente, para João Batista, para os Apóstolos de Jesus, para santo Estêvão, o protomártir que exclamou: «Eis que contemplo os céus abertos!» (At 7,56). E será possível também para cada um de nós, se nos deixarmos invadir pelo amor de Deus, que nos é concedido pela primeira vez mediante o Batismo, por meio do Espírito Santo. Deixemo-nos invadir pelo amor de Deus! Este é o grande tempo da misericórdia! Não o esqueçais: este é o grande tempo da misericórdia!

Quando Jesus recebeu o batismo de penitência de João Batista, solidarizando com o povo penitente - Ele, sem pecado e não necessitado de conversão - Deus Pai fez ouvir a sua voz descida do céu: «Eis o meu Filho muito amado, em quem pus a minha complacência!» (v. 17). Jesus recebe a aprovação do Pai celeste, que O enviou precisamente para que aceitasse compartilhar a nossa condição, a nossa pobreza. Compartilhar é o verdadeiro modo de amar. Jesus não se dissocia de nós, considera-nos irmãos e compartilha conosco. E assim, juntamente com Ele, torna-nos filhos de Deus Pai. Esta é a revelação e a fonte do amor autêntico. E este é o grande tempo da misericórdia!

Não vos parece que, neste nosso tempo, há necessidade de um suplemento de partilha fraternal e amorosa? Não vos parece que todos nós precisamos de um suplemento de caridade? Não daquela que se contenta com a ajuda extemporânea, que não compromete, que não põe em jogo, mas daquela caridade que compartilha, que assume as dificuldades e o sofrimento do irmão. Que sabor adquire a vida, quando nos deixamos inundar pelo amor de Deus!

Peçamos à Virgem Santa que nos sustente com a sua intercessão no nosso compromisso de seguir Cristo ao longo do caminho da fé e da caridade, na senda traçada pelo nosso Batismo.

Batismo do Senhor (Pietro Perugino)


Fonte: Santa Sé.

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