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sábado, 21 de dezembro de 2013

Ângelus do Papa: III Domingo do Advento - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
III Domingo do Advento, 15 de dezembro de 2013

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje é o III Domingo do Advento, chamado também “Gaudete”, ou seja, “Domingo da Alegria”. Na Liturgia ressoa várias vezes o convite a alegrar-se, a rejubilar, porquê? Porque o Senhor está próximo. O Natal está próximo. A mensagem cristã chama-se «evangelho», isto é, «boa nova», um anúncio de alegria para todo o povo; a Igreja não é um refúgio para pessoas tristes, a Igreja é a casa da alegria! E quantos estão tristes encontram nela a alegria, a verdadeira alegria!

Mas a alegria do Evangelho não é uma alegria qualquer! Tem a sua razão de ser no saber que se é acolhido e amado por Deus, como nos recorda hoje o profeta Isaías, Deus é aquele que nos vem salvar, e socorre sobretudo os desorientados de coração (Is 35,1-6a.8a.10). A sua vinda entre nós fortalece, torna firme, dá coragem, faz exaltar e florescer o deserto e a estepe, ou seja, a nossa vida quando se torna árida. E quando é que a nossa vida se torna árida? Quando está sem a água da Palavra de Deus e do seu Espírito de amor. Por maiores que sejam os nossos limites e as nossas desorientações, não nos é permitido ser débeis nem vacilantes face às dificuldades e às nossas próprias debilidades. Ao contrário, somos convidados a fortalecer as mãos, a tornar firmes os joelhos, a ter coragem e a não temer, porque o nosso Deus nos mostra sempre a grandeza da sua misericórdia. Ele dá-nos a força para ir em frente. Ele está sempre conosco para nos ajudar a ir em frente. É um Deus que gosta muito de nós, que nos ama e por isso está conosco, para nos ajudar, para nos fortalecer e ir em frente. Coragem! Sempre em frente! Graças à sua ajuda podemos recomeçar sempre do início. Como? Recomeçar do início? Talvez haja quem diga: «Não, Pai, eu fiz tantas... Sou um grande pecador, uma grande pecadora... Não posso recomeçar de zero!». Erras! Tu podes recomeçar de zero! Porquê? Porque Ele espera por ti, está ao teu lado, ama-te, é misericordioso, perdoa-te, dá-te a força para recomeçar de zero! A todos! Então, sejamos capazes de reabrir os olhos, de superar tristezas e choros, de entoar um cântico novo. E esta alegria verdadeira permanece também nas provações, nos sofrimentos, mas desce ao profundo da pessoa que se confia a Deus e que n’Ele confia.

A alegria cristã, como a esperança, tem o seu fundamento na fidelidade de Deus, na certeza que Ele mantém sempre as suas promessas. O profeta Isaías exorta quantos perderam o caminho e estão desconfortados, a confiar na fidelidade do Senhor, porque a sua salvação não tardará a irromper na sua vida. Quantos encontraram Jesus ao longo do caminho, experimentam no coração uma serenidade e uma alegria das quais nada nem ninguém os poderá privar. A nossa alegria é Jesus Cristo, o seu amor fiel e inexaurível! Por isso, quando um cristão se torna triste, significa que se afastou de Jesus. Mas então não se deve deixá-lo sozinho! Devemos rezar por ele, e fazer-lhe sentir o calor da comunidade.

A Virgem Maria nos ajude a apressar os passos para Belém, para encontrar o Menino que nasceu para nós, para a salvação e a alegria de todos os homens. A ela o Anjo disse: «Alegra-te, ó cheia de graça: o Senhor está contigo» (Lc 1,28). Que ela nos obtenha viver a alegria do Evangelho em família, no trabalho, na paróquia e em todos os ambientes. Uma alegria íntima, feita de admiração e ternura. A que sente uma mãe quando olha para o seu filho recém-nascido, e sente que é um dom de Deus, um milagre que se deve agradecer!


Fonte: Santa Sé

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