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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Catequese do Papa: A Jornada Mundial da Juventude

PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 4 de Setembro de 2013

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje retomamos o caminho das catequeses depois das férias de agosto, mas primeiro gostaria de vos falar sobre a minha viagem ao Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Passou mais de um mês, mas penso que seja importante recordar este evento que, a distância de tempo, permite compreender melhor o seu significado.
Antes de tudo, desejo dar graças ao Senhor, porque foi Ele quem guiou tudo com a sua Providência. Para mim, que venho das Américas, foi um lindo presente! E por isso, agradeço também a Nossa Senhora Aparecida, que acompanhou toda a viagem: realizei a peregrinação ao grande Santuário nacional brasileiro e a sua imagem venerada estava sempre presente no palco da JMJ. Fiquei bastante feliz por isso, porque Nossa Senhora Aparecida é muito importante para a história da Igreja no Brasil, mas também para toda a América Latina; em Aparecida os Bispos latino-americanos e caribenhos viveram uma Assembleia geral, juntamente com o Papa Bento: uma etapa significativa do caminho pastoral naquela parte do mundo onde vive a maior porção da Igreja católica.
Embora já o tenha feito, desejo renovar o agradecimento a todas as Autoridades civis e eclesiásticas, aos voluntários, à segurança, às comunidades paroquiais do Rio de Janeiro e de outras cidades do Brasil, nas quais os peregrinos foram recebidos com grande fraternidade. Com efeito, o acolhimento das famílias brasileiras e das paróquias foi um dos aspectos mais bonitos desta JMJ. Boa gente os brasileiros. Boa gente! Possuem deveras um grande coração. A peregrinação inclui sempre algumas dificuldades, mas o acolhimento ajuda a superá-los e, aliás, transforma-os em ocasião de conhecimento e de amizade. Nascem vínculos que depois permanecem, sobretudo na oração. Também deste modo a Igreja cresce em todo o mundo, como uma rede de amizades verdadeiras em Jesus Cristo, uma rede que nos prende e ao mesmo tempo nos liberta. Portanto, acolhimento: esta é a primeira palavra que emerge da experiência da viagem ao Brasil. Acolhimento!
Outra palavra pode ser festa. A JMJ é sempre uma festa, pois quando uma cidade se enche de jovens que circulam pelas ruas com bandeiras de todo o mundo, saudando-se, abraçando-se, é uma festa verdadeira. É um sinal para todos, não só para os crentes. Depois, realiza-se a festa maior, isto é, a da fé, quando juntos louvamos ao Senhor, cantamos, escutamos a Palavra de Deus, permanecemos em silêncio de adoração: tudo isto é o ápice da JMJ, é a finalidade verdadeira desta grande peregrinação, vivida de modo particular na grande Vigília da noite de sábado e na Missa final. Esta é a festa grande, a festa da fé e da fraternidade, que inicia neste mundo e não terá fim. Contudo, isto só é possível juntamente com o Senhor! Sem o amor de Deus não existe festa verdadeira para o homem!
Acolhimento e festa. Mas não pode faltar um terceiro elemento: missão. Esta JMJ foi caracterizada por um tema missionário: «Ide, pois, fazeis discípulos entre todas as nações». Ouvimos a palavra de Jesus: é a missão que Ele dá a todos! É o mandato de Cristo Ressuscitado aos seus discípulos: «Ide», saí de vós mesmos, não vos fecheis, levai a luz e o amor do Evangelho a todos, até às periferias extremas da existência! Foi exactamente este o mandato que Jesus confiou aos jovens que enchiam a perder de vista a praia de Copacabana. Um lugar simbólico, nas margens do oceano, que fazia pensar nas margens do lago da Galileia. Sim, porque também hoje o Senhor repete: «Ide...», e acrescenta: «Estarei convosco todos os dias». Isto é fundamental! Só se estivermoscom Cristo podemos anunciar o Evangelho. Sem Ele nada podemos fazer - foi ele mesmo quem no-lo disse (cf. Jo 15, 5). Ao contrário, com Ele, unidos a Ele, podemos fazer muito. Também um rapaz, uma jovem, que aos olhos do mundo conta pouco ou nada, aos olhos de Deus é um apóstolo do Reino, é uma esperança para Deus! A todos os jovens gostaria de pedir com vigor, mas não tenho certeza se hoje na Praça há jovens: estão presentes jovens na Praça? Há alguns! Gostaria de pedir a todos vós, com vigor: quereis ser uma esperança para Deus? Quereis ser uma esperança? [Jovens: «Sim!»]. Quereis ser uma esperança para a Igreja? [Jovens: «Sim!»]. Um coração jovem que acolhe o amor de Cristo, transforma-se em esperança para os outros, é uma força imensa! Mas vós, rapazes e moças, todos os jovens, deveis transformar-vos e transformar-vos em esperança! Abrir as portas para um mundo novo de esperança. Esta é a vossa tarefa. Quereis ser esperança para todos nós? [Jovens: «Sim!»]. Pensemos no que significa a multidão de jovens que encontraram Cristo ressuscitado no Rio de Janeiro, e mostram o seu amor na vida de todos os dias, vivem-no, comunicam-no. Não acabam nos jornais, porque não cometem actos violentos, não dão escândalo, e por conseguinte, não são notícia. Mas, permanecendo unidos a Jesus, constroem o seu Reino, constroem fraternidade, partilha, realizam obras de misericórdia, são uma força poderosa para tornar o mundo mais justo e bom, para o transformar! Gostaria de perguntar agora aos jovens que estão aqui na Praça: tendes coragem de enfrentar este desafio? [Jovens: «Sim!»]. Tendes coragem ou não? Não ouvi bem... [Jovens: «Sim!»]. Tendes ânimo para ser esta força de amor e de misericórdia com a coragem de transformar o mundo? [Jovens: «Sim!»].
Queridos amigos, a experiência da JMJ recorda-nos a verdadeira grande notícia da história, a Boa Nova, mesmo se não é notícia nos jornais e na televisão: somos amados por Deus, que é nosso Pai e nos enviou o seu Filho Jesus para se fazer próximo de cada um de nós e nos salvar. Enviou Jesus para nos salvar, nos perdoar tudo, porque Ele perdoa sempre: Ele sempre perdoa, porque é bom e misericordioso. Recordai: acolhimento, festa e missão. Três palavras: acolhimento, festa e missão. Que estas palavras não sejam apenas uma recordação do que aconteceu no Rio, mas tornem-se a alma da nossa vida e das nossas comunidades.


Fonte: Santa Sé

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