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terça-feira, 26 de março de 2013

Homilia do Papa: V Domingo da Quaresma - Ano C

Santa Missa na igreja de Santa Ana no Vaticano
Homilia do Papa Francisco
V Domingo da Quaresma - Ano C
17 de março de 2013

Considero isto muito belo! Primeiro, Jesus sozinho no monte a rezar: rezava sozinho (cf. Jo 8,1). Depois, foi de novo para o templo, e todo o povo ia ter com Ele (v. 2): Jesus no meio do povo. E, no fim, deixaram-no sozinho com a mulher (v. 9). Esta solidão de Jesus é uma solidão fecunda: tanto a da oração com o Pai, como a solidão tão bela - é precisamente a mensagem da Igreja, hoje - da sua misericórdia com esta mulher.

Mas, entre o povo, também havia diferenças: aparece o povo inteiro que ia ter com Ele e Ele sentou-se e pôs-se a ensiná-lo: o povo que queria ouvir as palavras de Jesus, o povo de coração aberto, necessitado da Palavra de Deus. E temos outros, que não ouviam nada, não podiam ouvir: eram aqueles que acompanhavam aquela mulher: Ouve, Mestre! Esta mulher é uma daquelas que... Com este tipo de mulher, devemos fazer o que nos prescreveu Moisés (cf. vv. 4-5).

Penso que nós também somos este povo que, por um lado, quer ouvir Jesus, mas, por outro, às vezes agrada-nos malhar nos outros, condenar os outros. Ora, a mensagem de Jesus é sempre a mesma: a misericórdia. A meu ver - humildemente o afirmo -, é a mensagem mais forte do Senhor: a misericórdia. Ele mesmo o disse: Eu não vim para os justos; os justos justificam-se sozinhos - alto lá, bendito Senhor! Se Tu podes fazê-lo, eu não posso! - Sim, mas eles acreditam que podem fazê-lo. Eu vim para os pecadores (cf. Mc 2,17).

Pensai nas críticas que lhe fizeram, depois de chamar Mateus: Ele convive com os pecadores! (cf. Mc 2,16). Sim, Ele veio para nós, se nos reconhecermos pecadores; mas, se formos como aquele fariseu à frente do altar - «Eu vos dou graças, Senhor, por não ser como o resto dos homens, nem como aquele que está ali à porta, como aquele publicano...» (cf. Lc 18,11-12) - não conhecemos o coração do Senhor e nunca teremos a alegria de sentir esta misericórdia! Não é fácil entregar-se à misericórdia de Deus, porque se trata de um abismo incompreensível. Mas devemos fazê-lo! «Mas padre, se conhecesses a minha vida, não me falarias assim!». «Por quê? O que fizeste?». «Ó, fiz coisas grandes e graves!». «Melhor! Vai ter com Jesus; Ele gosta que lhe contes essas coisas!». Ele esquece; Ele tem uma capacidade especial de esquecer. Esquece, beija-te, abraça-te e apenas te diz: «Também Eu não te condeno! Vai, e doravante não tornes a pecar» (Jo 8,11). Este é o único conselho que te dá. Passado um mês, estamos nas mesmas condições... Voltemos ao Senhor! O Senhor nunca se cansa de perdoar, nunca! Somos nós que nos cansamos de lhe pedir perdão. Peçamos a graça de não nos cansarmos de pedir perdão, porque Ele jamais se cansa de perdoar. Peçamos esta graça!


Fonte: Santa Sé.

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