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sexta-feira, 5 de julho de 2024

Festa do Preciosíssimo Sangue de Jesus em Jerusalém (2024)

A Custódia Franciscana da Terra Santa conserva em seu calendário próprio a Festa do Preciosíssimo Sangue de Jesus no dia 01 de julho.

Neste ano de 2024, como de costume, a Missa da Festa foi celebrada pelo Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, na Basílica da Agonia do Senhor no Getsêmani.

A celebração se insere nas comemorações do Centenário da Basílica, a “igreja de todas as nações”, projetada pelo arquiteto italiano Antonio Barluzzi (†1960) e dedicada em 1924, assim como a Basílica da Transfiguração no Monte Tabor.

Procissão de entrada
O Custódio espalha rosas vermelhas sobre a Pedra da Agonia


Ritos iniciais

Consistório para Causas de Canonização (2024)

Na segunda-feira, 01 de julho de 2024, o Papa Francisco presidiu um Consistório Ordinário Público para algumas Causas de Canonização na Sala do Consistório do Palácio Apostólico.

Como de costume, este foi precedido pela Oração da Hora Média (9h) da Liturgia das Horas. Em seguida o Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, fez o pedido para a canonização de quinze novos santos:

- Manuel Ruiz López e sete companheiros, da Ordem dos Frades Menores, e Francisco, Mooti e Rafael Massabki, fiéis leigos, Mártires (†1860) - “Mártires de Damasco” (Síria), beatificados pelo Papa Pio XI em 1926 e comemorados no dia 10 de julho.

- Giuseppe Allamano (†1926, Itália), Presbítero, fundador dos Institutos dos Missionários da Consolata e das Irmãs Missionárias da Consolata - Beatificados pelo Papa João Paulo II em 1990 e comemorado no dia 16 de fevereiro.

- Marie-Léonie Paradis (†1912, Canadá), Virgem, fundadora da Congregação das Pequenas Irmãs da Sagrada Família - Beatificada pelo Papa João Paulo II em 1984 e comemorada no dia 03 de maio.

- Elena Guerra (†1914, Itália), Virgem, fundadora da Congregação das Oblatas do Espírito Santo (“Irmãs de Santa Zita”) - Beatificada pelo Papa João XXIII em 1959 e comemorada no dia 11 de abril.

- Carlo Acutis (†2006, Itália), fiel leigo - Beatificado em 2020 e comemorado no dia 12 de outubro.

O Papa aprovou as canonizações, decretando que essas terão lugar no dia 20 de outubro de 2024, salvo Carlo Acutis, cuja data da canonização será divulgada futuramente.

Seguiu-se a Optatio, isto é, a passagem de três Cardeais Diáconos à Ordem Presbiteral, como vimos em uma postagem anterior.

O Santo Padre foi assistido pelo Monsenhor Massimiliano Matteo Boiardi, Cerimoniário Pontifício, substituindo Dom Diego Giovanni Ravelli.

Entrada do Papa Francisco
Hora Média: Versículo introdutório
Hino
Salmo

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio: Jesus Cristo 51

Fazendo a “ponte” entre as reflexões sobre a Morte e aquelas sobre a Ressurreição em suas Catequeses sobre Jesus Cristo, o Papa São João Paulo II dedicou a 76ª meditação ao mistério da sua “descida à mansão dos mortos”.

Confira a Introdução dessa série, com os links para todas as Catequeses, clicando aqui.

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM JESUS CRISTO

76. “Desceu à mansão dos mortos”
João Paulo II - 11 de janeiro de 1989

1. Nas Catequeses anteriores explicamos, com a ajuda dos textos bíblicos, o artigo do Símbolo dos Apóstolos que diz que Jesus: “Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”. Não se tratava só de narrar a história da Paixão, mas de penetrar a verdade de fé nela encerrada e que professamos no Símbolo: a redenção humana realizada por Cristo com o seu sacrifício. Detivemo-nos particularmente na consideração da sua Morte e das palavras pronunciadas por Ele durante a agonia na cruz, segundo o relato que nos foi transmitido pelos evangelistas. Tais palavras nos ajudam a descobrir e a entender mais profundamente o espírito com que Jesus se imolou por nós.

O Ressuscitado resgata os justos do Antigo Testamento do Hades
(Igreja do Salvador em Chora, Turquia)

Esse artigo de fé se conclui, como acabamos de repetir, com as palavras: “foi... sepultado”. Poderia parecer uma pura anotação de crônica: no entanto, é um dado cujo significado se insere no horizonte mais amplo de toda a cristologia. Jesus Cristo é o Verbo que se fez carne para assumir a condição humana e fazer-se semelhante a nós em todo, exceto no pecado (cf. Hb 4,15). Tornou-se verdadeiramente “um de nós” (cf. Constituição Gaudium et spes, n. 22), para poder realizar nossa redenção, graças à profunda solidariedade instaurada com cada membro da família humana. Nessa condição de verdadeiro homem, sofreu inteiramente o destino do homem, até à morte, à qual habitualmente segue a sepultura, ao menos no mundo cultural e religioso no qual Ele se inseriu e viveu. A sepultura de Cristo é, portanto, objeto da nossa fé enquanto nos repropõe seu mistério de Filho de Deus que se fez homem e chegou ao extremo da história humana.

Ângelus: XIII Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 30 de junho de 2024

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho da Liturgia de hoje (Mc 5,21-43) nos relata dois milagres que parecem estar interligados. Enquanto Jesus vai à casa de Jairo, um dos chefes da sinagoga, porque sua filhinha está gravemente enferma, no caminho uma mulher com hemorragia lhe toca o manto e Ele se detém para curá-la. Ao mesmo tempo, anunciam que a filha de Jairo morreu, mas Jesus não se detém, chega na casa, vai até o quarto da menina, a toma pela mão e a levanta, devolvendo-lhe à vida. Dois milagres, um de cura e outro de ressurreição.

Estas duas curas são relatadas em um único episódio. Ambas ocorrem através do contato físico. Com efeito, a mulher toca o manto de Jesus e Jesus toma pela mão a menina. Por que é importante “tocar”? Porque estas duas mulheres - uma porque sofre perdas de sangue e a outra porque está morta - eram consideradas impuras e, portanto, com elas não pode haver contato físico. E, ao contrário, Jesus se deixa tocar e não tem medo de tocar. Jesus se deixa tocar e não tem medo de tocar. Antes ainda da cura física, Ele desafia uma concepção religiosa equivocada, segundo a qual Deus separa os puros de um lado e os impuros do outro. Ao contrário, Deus não faz esta separação, porque todos somos seus filhos, e a impureza não deriva de alimentos, doenças e nem mesmo da morte, mas a impureza vem de um coração impuro.

Aprendamos isso: diante dos sofrimentos do corpo e do espírito, das feridas da alma, das situações que nos abatem, e mesmo diante do pecado, Deus não nos mantém à distância, Deus não se envergonha de nós, Deus não nos julga; ao contrário, Ele se aproxima para deixar-se tocar e para tocar-nos, e sempre nos levanta da morte. Sempre nos toma pela mão para dizer-nos: “Filha, filho, levanta-te! (cf. Mc 5,41), caminha, segue adiante!”. “Senhor, sou pecador” - “Segue adiante, Eu me fiz pecado por ti, para salvar-te!” - “Mas Vós, Senhor, não sois pecador” - “Não, mas Eu sofri todas as consequências do pecado para salvar-te”. É belo isso!

Fixemos no coração essa imagem que Jesus nos entrega: Deus é Aquele que te toma pela mão e te levanta, que se deixa tocar pela tua dor e te toca para curar-te e dar-te de novo a vida. Ele não discrimina ninguém porque ama todos.

E então podemos nos perguntar: cremos que Deus é assim? Deixamo-nos tocar pelo Senhor, por sua Palavra, por seu amor? Entramos em relação com os irmãos oferecendo-lhes uma mão para levantar-se, ou ficamos à distância e etiquetamos as pessoas em base aos nossos gostos e às nossas preferências? Nós etiquetamos as pessoas. Faço-vos uma pergunta: Deus, o Senhor Jesus, etiqueta as pessoas? Que cada um responda. Deus etiqueta as pessoas? E eu, vivo constantemente etiquetando as pessoas?

Irmãos e irmãs, olhemos para o coração de Deus, para que a Igreja e a sociedade não excluam, não excluam ninguém, não tratem ninguém como “impuro”, para que cada um, com sua própria história, seja acolhido e amado sem etiquetas, sem preconceitos, seja amado sem adjetivos.

Rezemos à Virgem Santa: ela, que é Mãe da ternura, interceda por nós e pelo mundo inteiro.

Ressurreição da filha de Jairo
(Ilya Repin)

Tradução nossa a partir do original italiano. Fonte: Santa Sé

Observação: No Brasil celebramos nesse domingo a Solenidade de São Pedro e São Paulo, transferida do dia 29 de junho.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Solenidade de São Pedro e São Paulo em Manila (2024)

Na Catedral Metropolitana da Imaculada Conceição em Manila (Filipinas), a Missa da Solenidade de São Pedro e São Paulo costuma ser presidida pelo Núncio Apostólico, representante do Papa no país.

Assim, no dia 29 de junho de 2024, o Núncio nas Filipinas, Dom Charles John Brown, presidiu a Santa Missa com a presença do Arcebispo de Manila, Cardeal Jose Fuerte Advincula, que assistiu a celebração revestido com vestes corais [1].

Imagens de São Pedro e São Paulo
Momento de oração junto da imagem de São Pedro
Incensação da imagem
Procissão de entrada
Incensação do altar

Solenidade de São Pedro e São Paulo em Jerusalém (2024)

Na manhã do sábado, 29 de junho de 2024, o Patriarca Latino de Jerusalém, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, celebrou a Santa Missa da Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo na igreja do Santíssimo Salvador, sede da Custódia Franciscana da Terra Santa, para a Ordenação Presbiteral de dois diáconos da Ordem dos Frades Menores (franciscanos):


Liturgia da Palavra
Evangelho

Homilia

Ângelus: Solenidade de São Pedro e São Paulo 2024

Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
Papa Francisco
Ângelus
Sábado, 29 de junho de 2024

Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, no Evangelho Jesus diz a Simão, chamado por Ele de Pedro: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus” (Mt 16,19). Por isso vemos com frequência São Pedro representado com duas grandes chaves na mão, como na estátua que se encontra aqui, nesta Praça. Essas chaves representam o ministério de autoridade que Jesus lhe confiou a serviço de toda a Igreja. Porque a autoridade é um serviço, e uma autoridade que não é serviço, é ditadura.

Estejamos atentos, porém, em compreender bem o significado disso. As chaves de Pedro, com efeito, são as chaves de um Reino, que Jesus não descreve como uma caixa forte ou uma câmara blindada, mas com outras imagens: uma pequena semente, uma pérola preciosa, um tesouro escondido, um punhado de fermento (cf. Mt 13,1-33), isto é, como algo de precioso e rico, sim, mas ao mesmo tempo de pequeno e pouco visível. Para alcançá-lo, por tanto, não é preciso acionar mecanismos e fechaduras de segurança, mas cultivar virtudes como a paciência, a atenção, a constância, a humildade, o serviço.

Portanto, a missão que Jesus confia a Pedro não é aquela de trancar as portas da casa, permitindo o acesso apenas a poucos convidados selecionados, mas de ajudar todos a encontrar o caminho para entrar, na fidelidade ao Evangelho de Jesus. Todos, todos, todos podem entrar.

E Pedro o fará durante toda a sua vida, fielmente, até o martírio, depois de ter experimentado primeiramente por si mesmo, não sem esforço e com muitas quedas, a alegria e a liberdade que nascem do encontro com o Senhor. Ele por primeiro, para abrir a porta a Jesus, teve que converter-se, e compreender que a autoridade é um serviço. E não foi fácil para ele. Pensemos: precisamente pouco depois de ter dito a Jesus: “Tu és o Messias”, o Mestre teve que repreendê-lo, porque se negava a aceitar a profecia da sua Paixão e Morte de cruz (cf. Mt 16,21-23).

Pedro recebeu as chaves do Reino não porque era perfeito - não, era um pecador -, mas porque era humilde, honesto e o Pai lhe havia dado uma fé sincera (cf. Mt 16,17). Portanto, confiando na misericórdia de Deus, soube sustentar e fortalecer, como lhe foi pedido, também os seus irmãos (cf. Lc 22,32).

Hoje podemos perguntar-nos: eu cultivo o desejo de entrar, com a graça de Deus, no seu Reino, e de ser, com a sua ajuda, guardião acolhedor também para os outros? E para fazê-lo, me deixo “polir”, suavizar, modelar por Jesus e por seu Espírito, o Espírito que habita em nós, em cada um de nós?

Maria, Rainha dos Apóstolos, e os Santos Pedro e Paulo nos obtenham, com as suas orações, ser uns para os outros guia e sustento para o encontro com o Senhor Jesus.


Tradução nossa a partir do original italiano. Fonte: Santa Sé.

terça-feira, 2 de julho de 2024

Mudanças no Colégio Cardinalício: Optatio 2024

Os Cardeais da Santa Igreja, enquanto eleitores do Papa, representam simbolicamente aqueles que tinham esta função no início do Cristianismo: os presbíteros e diáconos da Diocese de Roma e os Bispos das dioceses vizinhas (suburbicárias).

Portanto, embora na prática todos sejam Bispos (salvo algumas exceções de Cardeais que são presbíteros), o Colégio Cardinalício se divide em três ordens: Cardeais Bispos, Presbíteros e Diáconos.

Como prescreve o Código de Direito Canônico (cân. 350, §5-6), após 10 anos da sua criação, um Cardeal Diácono pode optar (em latim, “optatio”) por ingressar na Ordem dos Cardeais Presbíteros (como uma espécie de reconhecimento pelos serviços prestados na Cúria Romana).


Foi o que aconteceu no Consistório Ordinário Público para voto de algumas Causas de Canonização do dia 01 de julho de 2024, durante o qual o Papa Francisco aprovou a optatio de três Cardeais Diáconos criados nos Consistórios de 24 de novembro de 2012, o último do pontificado de Bento XVI, e 22 de fevereiro de 2014, o primeiro do Papa Francisco.

Os novos Cardeais Presbíteros mantêm suas igrejas titulares em Roma, sobre as quais exercem um cuidado espiritual, que são elevadas temporariamente de diaconias a títulos presbiterais. São os denominados títulos pro hac vice ou pro illa vice, “por enquanto”.

Cardeal James Michael Harvey
Arcipreste da Basílica de São Paulo Fora dos Muros
Nascimento: 20/10/1949 - EUA
Criado Cardeal pelo Papa Bento XVI em 24 de novembro de 2012
Cardeal Presbítero do Título de São Pio V a Villa Carpegna pro hac vice


Cardeal Lorenzo Baldisseri
Secretário Geral Emérito do Sínodo dos Bispos
Nascimento: 29 de setembro de 1940 - Itália
Criado Cardeal pelo Papa Francisco em 22 de fevereiro de 2014
Cardeal Presbítero do Título de Santo Anselmo all’Aventino pro hac vice


Cardeal Gerhard Ludwig Müller
Prefeito Emérito do Dicastério para a Doutrina da Fé
Nascimento: 31/12/1947 - Alemanha
Criado Cardeal pelo Papa Francisco em 22 de fevereiro de 2014
Cardeal Presbítero do Título de Santa Inês in Agone pro hac vice


Dos novos Cardeais Presbíteros, Harvey e Müller são eleitores em um eventual Conclave, enquanto Baldisseri, tendo superado os 80 anos, perdeu o direito de ingressar no Conclave.

O Protodiácono continua sendo o Cardeal Renato Raffaele Martino, criado Cardeal em 2003, que por alguma razão nunca fez a optatio pela Ordem dos Presbíteros.

Porém, como não é mais eleitor, suas funções dentro do Conclave serão exercidas pelo primeiro dos Cardeais Diáconos eleitores que com a optatio do dia 01 de julho passa a ser o Cardeal Dominique Mamberti, Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica.

Atualmente o Colégio Cardinalício conta com 236 membros, sendo 125 eleitores em um eventual Conclave e 111 não eleitores.

Com informações do site da Santa Sé.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Solenidade de São Pedro e São Paulo no Vaticano (2024)

No dia 29 de junho de 2024 o Papa Francisco presidiu sem celebrar a Santa Missa da Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo na Basílica Vaticana, durante a qual abençoou os pálios dos Arcebispos Metropolitanos nomeados durante o último ano.

A Liturgia Eucarística, por sua vez, foi celebrada pelo Cardeal Giovanni Battista Re, Decano do Colégio Cardinalício, assistido pelo Ján Dubina.

O Santo Padre foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor  Yala Banorani Djetaba. O livreto da celebração pode ser visto aqui, incluindo a lista dos 42 Arcebispos que receberam o pálio, incluindo cinco brasileiros [1].

A celebração contou também, como de costume, com a presença de uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, presidida pelo Metropolita Emmanuel de Calcedônia.



Procissão de entrada
Sinal da cruz
Bênção dos pálios

Homilia do Papa: Solenidade de São Pedro e São Paulo (2024)

Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
Santa Missa e Bênção dos pálios para os novos Arcebispos Metropolitanos
Homilia do Papa Francisco
Basílica de São Pedro
Sábado, 29 de junho de 2024

Fixemos o nosso olhar nos dois Apóstolos, Pedro e Paulo: o pescador da Galileia que Jesus fez pescador de homens; o fariseu perseguidor da Igreja transformado pela Graça em evangelizador dos gentios. À luz da Palavra de Deus, deixemo-nos inspirar pelas suas histórias e pelo zelo apostólico que marcou o caminho das suas vidas. Ao encontrarem o Senhor, fizeram uma verdadeira experiência pascal: foram libertados e abriram-se diante deles as portas de uma vida nova.

Irmãos e irmãs, nas vésperas do Ano Jubilar, detenhamo-nos precisamente na imagem da porta. Com efeito, o Jubileu será um tempo de graça no qual abriremos a Porta Santa, para que todos possam atravessar o limiar daquele santuário vivo que é Jesus e, n’Ele, experimentar o amor de Deus que revigora a esperança e renova a alegria. Também na história de Pedro e Paulo há portas que se abrem.


A 1ª Leitura contou-nos o acontecimento da libertação de Pedro da prisão. Esta narrativa tem muitas imagens que nos recordam a experiência da Páscoa: o episódio ocorre durante a Festa dos Ázimos; Herodes recorda a figura do Faraó do Egito; a libertação tem lugar à noite, como aconteceu com os israelitas; o anjo dá a Pedro as mesmas instruções que foram dadas a Israel: levanta-te depressa, põe o cinto, calça as sandálias (cf. At 12,8; Ex 12,11). Portanto, o que nos é narrado é um novo êxodo: Deus liberta a sua Igreja, o seu povo acorrentado, e mostra-se mais uma vez como o Deus da misericórdia que sustenta o seu caminho.

Naquela noite de libertação, a princípio abrem-se milagrosamente as portas da prisão; depois se diz, de Pedro e do anjo que o acompanha, que estão diante da «porta de ferro que dá para a cidade, a qual se abriu por si mesma» (At 12,10). Não são eles que abrem a porta, ela abre-se por si mesma. É Deus que abre as portas, é Ele quem liberta e abre caminhos. A Pedro - como ouvimos no Evangelho - Jesus tinha confiado as chaves do Reino; mas ele experimenta que é o Senhor quem abre primeiro as portas. Ele vai sempre à nossa frente.

Eleito novo Patriarca da Igreja Ortodoxa Búlgara

No dia 30 de junho de 2024 o Sínodo da Igreja Ortodoxa Búlgara elegeu como novo Metropolita de Sófia e Patriarca de toda a Bulgária o Metropolita Daniel (ou Daniil) de Vidin. O Patriarca Daniel (Даниил) sucede o Patriarca Neófito (Неофит), falecido em março deste ano.


Atanas Trendafilov Nikolov (Атанас Трендафилов Николов) nasceu em 02 de março de 1972 em Smolyan, no sul da Bulgária.

Após ingressar no Mosteiro de São Jorge em Hadzhidimovo, professou os votos monásticos em 07 de agosto de 1999, assumindo o nome religioso de Daniel (Даниил). No dia seguinte foi ordenado diácono pelo Metropolita Nataniel de Nevrokop (†2013).

Em julho de 2004 foi transferido para o Mosteiro da Natividade da Mãe de Deus em Rozhen. Foi ordenado presbítero no dia 27 de novembro do mesmo ano, novamente pelo Metropolita Nataniel de Nevrokop. No dia 01 de junho de 2006 recebeu o título de Arquimandrita.

No dia 20 de janeiro de 2008 o Arquimandrita Daniel recebeu a ordenação episcopal como Bispo Titular de Dragovitia e Vigário (Bispo Auxiliar) do Metropolita de Nevrokop. A ordenação foi presidida pelo então Patriarca da Bulgária, Maxim (†2012).


Dois anos depois, em 15 de junho de 2010, o Bispo Daniel foi nomeado Vigário (Bispo Auxiliar) do Metropolita da América, com jurisdição sobre os Estados Unidos, Canadá e Austrália, iniciando sua missão no ano seguinte.

No dia 04 de fevereiro de 2018, por fim, foi eleito Metropolita de Vidin, no norte da Bulgária.

Após a morte do Patriarca Neófito (†2024), no dia 30 de junho de 2024 o Metropolita Daniel de Vidin foi eleito como novo Metropolita de Sófia e Patriarca de toda a Bulgária, o quarto desde a restauração do Patriarcado em 1953.

Foi entronizado no mesmo dia na Catedral Patriarcal de Santo Alexander Nevsky na capital búlgara, com a presença do Patriarca Bartolomeu de Constantinopla e representantes de diversas Igrejas Ortodoxas.