As cores
litúrgicas estão presentes na maioria dos paramentos e em algumas das alfaias
para simbolizar a diversidade dos mistérios celebrados ao longo do Ano
Litúrgico:
“As diferentes cores das vestes sagradas
visam a manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados e também a
consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano litúrgico”
(IGMR, n. 345).
|  | 
| Esquema do Ano Litúrgico com as várias cores | 
Desde o Antigo
Testamento é expressivo o uso de cores no culto divino, como pode ser observado
no livro do Êxodo. Os primeiros cristãos, porém, não organizaram um cânon de
cores litúrgicas, pois utilizavam-se das vestes civis para o culto. As
representações iconográficas alusivas a este período foram, pois, coloridas à
escolha do artista.
Escritos do
século IV, como as Constituições Apostólicas de Hipólito de Roma, mencionam a
beleza das vestes litúrgicas. Supõe-se que neste período estas já recebiam
variedade de cores. Em contrapartida, até o século VIII a cor predominante é o
branco, por ser a cor natural do linho e o símbolo da pureza.
|  | 
| Mosaico do século VI, retratando a corte do Imperador Justiniano de Constantinopla. Os clérigos estão à esquerda do rei, usando vestes brancas. O bispo veste uma casula dourada. | 
A divisão das
cores conforme as várias festas do Ano Litúrgico começa a ser feita no século
IX. Contudo, neste período cada igreja particular adotava um cânon de cores
próprio. A unificação das cores para o Rito Romano só seria feita no século
XIII, quando o Papa Inocêncio III em seu livro De sacro altaris Mysterio (O sagrado mistério do altar), define as
cinco cores litúrgicas: branco, vermelho, verde, roxo e preto.
A Reforma
Litúrgica do Concílio de Trento (século XVI), sob o Papa Pio V, fixa a lista de
Inocêncio III, acrescentando a cor rosa, que na prática já era usada desde o
século XIII. Uma última mudança foi feita em 1864, quando a Santa Sé autorizou
o uso da cor azul como um especial privilégio à Espanha.
|  | 
| Papa Inocêncio III, unificador das cores litúrgicas | 
Atualmente só
permitem-se mudanças nas cores litúrgicas nos casos em que uma determinada cor
não possui significado para um determinado povo. Porém, uma mudança só pode ser
feita se autorizado pela Santa Sé:
“No que se refere às cores litúrgicas, as
conferências dos bispos podem determinar e propor à Sé Apostólica adaptações
que correspondam às necessidades e ao caráter de cada povo” (IGMR, n. 346).
Cumpre notar que
as cores litúrgicas só podem ser empregadas onde são prescritas: nos paramentos
e em algumas alfaias. Não se utilize as
cores litúrgicas nas toalhas do altar, nas velas, em vestes usadas por
ministros leigos, entre outros. 
|  | 
| Casulas nas 4 principais cores litúrgicas | 
Ao longo dos
próximos dias, publicaremos breves artigos sobre as cores litúrgicas, com
exemplos de seu uso nas celebrações:
REFERÊNCIAS:
Introdução Geral do Missal Romano (3ª
edição típica). Capítulo VI: Requisitos para a celebração da Missa. Parte IV:
As vestes sagradas. n. 335-347.
RIGHETTI, M. Historia
de la Liturgia. Introduccion General, Parte III: Liturgia Romana. Capítulo
VIII: Las vestiduras litúrgicas. § VI: Los colores litúrgicos. Madrid:
Pontificia Universidad de Salamanca, 1955. vol. I. p. 559-562.
Olá, o ambão (mesa da palavra), quando revestido de uma toalha ou algo similar, pode ser de cor na qual se segue a cor litúrgica ?, Se não, qual cor deve ser está toalha ?
ResponderExcluirO Elenco das Leituras da Missa, espécie de Introdução ao Lecionário, afirma no n. 33: "Convém que o ambão, de acordo com a sua estrutura, seja adornado com sobriedade, ou de maneira permanente ou, ao menos ocasionalmente, nos dias mais solenes".
ExcluirDeste número se deduz que o ambão pode ser adornado de um frontal, seja na cor litúrgica do ofício celebrado ou sempre branco.
Porém, se o ambão já for devidamente artístico (como, por exemplo, o ambão da Basílica de São Pedro), não é necessário usar um frontal.
Como deve ser às vestes dos leitores ?, Elas podem seguir a cor litúrgica ?
ResponderExcluirNão existe uma norma sobre as vestes dos ministros leigos: a Introdução Geral do Missal Romano (3ª ed.) deixa esse assunto à cargo das Conferências Episcopais (n. 339).
ExcluirNão convém, porém, que essas vestes sigam as cores litúrgicas como as vestes dos ministros ordenados. Uma das funções das vestes é distinguir os diversos ministérios.
Assim, fica mais adequado aos leitores, que estão exercendo o seu sacerdócio batismal, usarem suas vestes cotidianas ou, no máximo, uma veste própria na cor branca (recordando a veste branca recebida no Batismo).
O corporal e o sanguíneo pode ser inteiro verde ou inteiro vermelho?
ResponderExcluirNão. Embora o atual Missal Romano não especifique, as normas anteriores indicavam que o corporal e o sanguíneo deveriam ser sempre de linho branco (ou, ao menos, de tecido branco), de forma a identificar facilmente eventuais manchas de vinho/Sangue do Senhor.
ExcluirBoa tarde. As alfaias precisam seguir as cores litúrgicas ou não existe essa obrigatoriedade? Por exemplo, posso usar um jogo de alfaias com a pala vermelha num domingo de tempo comum?
ResponderExcluirA Instrução Geral sobre o Missal Romano (3ª edição) em seu n. 118 indica que o véu do cálice pode ser da cor do dia ou sempre branco. O mesmo pode se aplicar às demais alfaias, como a pala, o véu do sacrário e detalhes no corporal e no sanguíneo (estes dois últimos são sempre brancos, podendo no máximo ter alguns detalhes na cor litúrgica).
Excluir