A casula (do
latim casulla, pequena casa), também
chamada de planeta (derivação de paenula,
manto de viagem romano) é uma veste da cor litúrgica do ofício celebrado,
paramento próprio dos sacerdotes (presbíteros e bispos) para a Celebração Eucarística.
Casula gótica |
Esta veste em
sua origem era comum a todos os ministros, tornando-se exclusiva aos sacerdotes
somente no século IX. Desenvolveram-se a partir de então dois modelos: a casula
gótica (século IX), que é mais ampla e feita de tecidos mais leves; e a casula
romana (século XVI), mais estreita e de tecidos mais pesados. Ainda que a
reforma conciliar tenha difundido o uso da casula gótica, os dois modelos podem
e devem ser igualmente utilizados.
Casula romana |
Independente do
modelo, a casula caracteriza-se por possuir uma faixa larga ou galão central.
Nas casulas romanas, geralmente a faixa posterior toma a forma de uma cruz. Em
algumas das casulas góticas adota-se uma cruz estilizada, denominada “trífida”.
Esta preocupação
em ligar o símbolo da cruz à casula leva-nos ao seu duplo significado: o jugo
suave da cruz que o sacerdote coloca sobre os ombros durante a Santa Missa e o
amor de Deus, manifestado no sacrifício de Cristo, que envolve toda a humanidade,
representada pelo sacerdote.
Casula gótica ornada com a cruz trífida |
O uso da casula
atualmente pelos sacerdotes obedece a seguinte regra:
“A não ser que se disponha de outro modo, a
veste própria do sacerdote celebrante, tanto na Missa como em outras ações
sagradas em conexão direta com ela, é a casula ou planeta sobre a alva e a
estola” (IGMR n. 337).
Papa Francisco com casula gótica em Santa Missa com Ordenações (2013) |
A partir desta
normativa, entende-se o uso da casula como obrigatório em todas as Missas.
Note-se que a IGMR permitia omitir a dalmática em celebrações menos solenes,
mas com a casula o mesmo não acontece. Além da Missa, utiliza-se
obrigatoriamente a casula em celebrações a ela ligadas, ou seja, na Celebração
da Paixão do Senhor na Sexta-feira Santa e nos Sacramentos e Sacramentais
celebrados dentro da Missa.
A única exceção
prescrita é quando se dispõe de outro modo, isto é, quando o próprio Missal
prescreve expressamente a substituição da casula pelo pluvial, como veremos na
postagem dedicada a este paramento. Note-se também que o uso da casula não
dispensa do uso da estola, como infelizmente pensam muitos sacerdotes.
Dom Keller com casula romana na Celebração da Paixão (nota-se a estola soba casula) |
Há ainda uma
exceção prescrita pelo Missal para o caso das concelebrações:
“Se houver motivo justo, como, por exemplo,
grande número de concelebrantes e escassez de paramentos, podem os
concelebrantes, exceto sempre o celebrante principal, dispensar a casula ou
planeta, e usar apenas a estola sobre a alva” (IGMR, n. 209).
Por fim, cumpre
dizer que a casula é entregue ao sacerdote, juntamente com a estola, na Missa
de sua Ordenação Presbiteral, logo após a oração consecratória.
Neo-sacerdotes recebem a casula em sua Ordenação (2012) |